O Cardeal-Patriarca de Lisboa
lembrou, no encontro com a Pastoral Social da Vigararia de Oeiras, que a
caridade “faz parte integral da vivência cristã”. “A Igreja tem estas
obras sociais porque o Evangelho desdobra-se em ação social. Estamos no
mundo, há dois mil anos, a reproduzir, pessoal, familiar e
comunitariamente, aquilo que o próprio Jesus Cristo começou a fazer”,
salientou D. Manuel Clemente, neste encontro no âmbito da Visita
Pastoral.
No auditório da Paróquia de Queijas, na noite do passado
dia 14 de fevereiro, o Cardeal-Patriarca apontou que a caridade “é algo
que vai além da filantropia”. “Se nos abeirarmos de Deus não de uma
maneira genérica, mas como Jesus Cristo nos ensina, então isso depois
tem de ser consequente, e é consequente na prática deste sentimento a
que nós chamamos caridade. É algo que vai além da filantropia, e leva ao
ponto a que Jesus o levou, a partir da filiação divina que Ele nos
proporciona e que o seu Espírito ativa em nós, e que nos faz
verdadeiramente irmãos”, apontou, lembrando que as comunidades cristãs
são também “comunidades caritativas”. “Isto faz parte integral da
vivência cristã. Se com Jesus Cristo aprendemos a ser filhos de Deus e a
crescer nessa filiação divina, com Jesus Cristo e no Espírito de Jesus
Cristo, sendo isto autêntico, desdobra-se em atenção ao irmão, com o
amor com que Ele nos amou e isso, propriamente, se chama caridade”,
observou. Neste sentido, segundo D. Manuel Clemente, de “uma maneira
mais organizada” ou “mais espontânea”, a caridade “identifica uma
comunidade cristã”, para que “o Reino de Deus continue a acontecer”.
“Isto é muito importante e faz parte da iniciação cristã. A nossa
catequese só resulta quando atende a estas duas dimensões: ensina a
rezar filialmente, como Jesus nos ensinou, e ensina a atuar
fraternalmente, como também Jesus nos ensinou. A caridade é fundamental,
é uma marca, é um testemunho, é uma definição de uma comunidade cristã
propriamente dita”, reforçou.
O Cardeal-Patriarca sublinhou ainda
que os agentes de Pastoral Social “dão sabor evangélico à vida, por isso
mesmo que realizam às comunidades onde estão”. “É muito importante
serem sal da terra, para não deixarem que as coisas se estraguem, para
não deixar que a sociedade deixe de ser sociedade, ou seja, gente que
acompanha gente”, apelou. “Não sei como estaríamos, com todos os
problemas que, na nossa sociedade, enfrentamos, se não houvesse esta
miríade de atuações, que estão espalhadas pelo país inteiro e que não
deixam que as coisas se estraguem”, acrescentou D. Manuel Clemente.
O
encontro contou também com uma atuação dos utentes e familiares do
Centro Social e Paroquial de Queijas. “Temos de ser muito criativos nas
nossas instituições, para que o envelhecimento – que tem um certo
sentido triste – seja transformado em longevidade, para que aquilo que
eles [os idosos] trazem, e aquilo que eles são, possam beneficiar o
todo”, desejou o Cardeal-Patriarca, pedindo ainda “às comunidades
cristas e às instituições para integrar as populações que, de todo o
mundo, afluem a Portugal e precisam de acolhimento e de integração
sociocultural”.
Pastoral social em todas as paróquias
Antes
da intervenção do Cardeal-Patriarca, o diácono Carlos Borges, que
dinamizou o encontro onde foram apresentadas 19 instituições sociais e
obras de caridade da vigararia, sublinhava que cada uma das 13 paróquias
da Vigararia de Oeiras tem “os mais variados grupos a dedicarem uma
atenção especial às diversas pobrezas, a olhar as pessoas mais
esquecidas, mais distanciadas, que esperam da Igreja uma sensibilidade e
um olhar de consideração, um olhar de Jesus Cristo”. “Praticamente
todas as paróquias têm o Centro Social Paroquial. Encontramos grupos de
Visitadores, grupos de Vicentinos, grupos de Pastoral da Saúde, grupos
de Pastoral Penitenciária, grupos de Pastoral da Deficiência”,
exemplificou este diácono permanente, que é colaborador da Paróquia de
Barcarena.
in Jornal Voz da Verdade
- Acompanhe aqui as notícias sobre a Visita Pastoral à Vigararia de Oeiras: http://bit.ly/VP_Oeiras
Patriarcado de Lisboa
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