07 fevereiro, 2020

“Projeto matrimonial cristão é essencial para que sociedade não se desfaça”


As paróquias têm de “levar muito a sério” a Pastoral Familiar, considerou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, num encontro com esta pastoral, no âmbito Visita Pastoral à Vigararia de Oeiras. Na igreja de Paço de Arcos, D. Manuel Clemente sublinhou que “quando a Igreja for, realmente, uma família de famílias, é um enorme serviço que presta à sociedade”.
O Cardeal-Patriarca de Lisboa convidou os agentes de Pastoral Familiar da Vigararia de Oeiras a “fazerem da Igreja uma família de famílias” e a “não desistirem do projeto matrimonial cristão”. “Deus não desiste deste mundo, e a resposta de Deus a este mundo são as famílias dos que se casam no Senhor. Coragem, porque o mundo precisa da família cristã”, manifestou D. Manuel Clemente, num encontro no âmbito da Visita Pastoral. Na igreja de Paço de Arcos, na noite do passado dia 31 de janeiro, o Cardeal-Patriarca sublinhou que “o projeto matrimonial cristão é hoje tão importante para que a nossa sociedade não se desfaça”. “Quando a Igreja for, realmente, uma família de famílias, é um enorme serviço que prestamos à sociedade. Porque aquilo que começou em Jesus Cristo, quer na perspetiva familiar, quer nas outras perspetivas evangélicas, mudaram a sociedade. Quando isto é a sério, funciona. E, como costumo dizer, tem dois mil anos de garantia”, frisou.

A realidade familiar na vida de Jesus

D. Manuel Clemente tinha começado a sua intervenção recordando que a família é “a primeira vinculação social que nós temos”. “É algo que temos que cuidar e levar muito a sério. Nós não existimos sem família, não vimos a este mundo, nem sequer sobrevivemos bem, sem termos estes laços, estas vinculações, de origem. Nós não somos apenas indivíduos, somos sujeitos em relação”, referiu, sublinhando ainda que “pessoa significa um ser em relação”. “Mas isto aprende-se e depende muito do ambiente em que crescemos. É exatamente por isso que a realidade familiar é indispensável”, observou.
Aos agentes de Pastoral Familiar da Vigararia de Oeiras, o Cardeal-Patriarca reforçou que “a Igreja de Jesus Cristo, a partir da própria experiência que emana de Jesus Cristo, é exatamente isso, uma família”. “Ou seja, um lugar onde nós crescemos uns com os outros e uns para os outros”, apontou. Neste sentido, lembrou a sua participação nos dois Sínodos dos Bispos sobre a Família, que decorreram em Roma, em 2014 e 2015, e que deram origem à exortação apostólica ‘Amoris laetitia’, do Papa Francisco, sobre o amor na família. “Foi interessante, porque no início não estava muito claro e depois foi-se afirmando, e veio no documento final com grande desenvolvimento, o facto de na própria vida de Jesus Cristo a realidade familiar ser tão importante. Se olharmos para a vida de Jesus Cristo – em que nós, cristãos, vemos a própria vida de Deus neste mundo, de uma maneira exemplar e paradigmática, para todos crescermos como filhos de Deus e irmãos uns dos outros –, Jesus Cristo não aparece assim crescido e feito. Jesus aparece numa família: tem a sua Mãe, que O concebe de Deus, tem José, que o adota e o acompanha ao longo da sua vida, e Jesus, até aos 30 anos, vive nesse ambiente familiar. É aí que Ele faz o seu percurso humano”, destacou, apontando que “a Igreja é a família de Deus”. “É muito interessante, e muito importante, perceber que Jesus vai transpor para esta outra família mais larga, que se constitui em torno do seu Pai, de Deus Pai, aquilo que aprendeu no seio familiar. Ele, por exemplo, vai-se chamar a si próprio Esposo, vai chamar os outros seus irmãos, vai dizer que a Igreja é uma edificação. Ou seja, Jesus vai extravasar para a Igreja, para a família dos filhos de Deus, aquilo que aprendeu na família de Nazaré”, reforçou.
  • Leia a reportagem completa na edição do dia 9 de fevereiro do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível nas paróquias ou em sua casa.
Patriarcado de Lisboa

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