02 fevereiro, 2020

O Papa no Angelus: a estagnação não combina com o testemunho cristão e a missão da Igreja

 
Papa Francisco no Angelus deste domingo
 
Francisco recordou que neste domingo, Festa da Apresentação do Senhor no Templo, celebra-se o XXIV Dia Mundial da Vida Consagrada "que recorda o grande tesouro na Igreja daqueles que seguem o Senhor de perto, professando os conselhos evangélicos”.
 
Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano

O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus deste domingo (02/02), Festa da Apresentação do Senhor e XXIV Dia Mundial da Vida Consagrada, com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice disse: “Celebramos hoje a Festa da Apresentação do Senhor: quando Jesus recém-nascido foi apresentado ao templo pela Virgem Maria e São José. Nesta data também se celebra o Dia da Vida Consagrada, que recorda o grande tesouro na Igreja daqueles que seguem o Senhor de perto, professando os conselhos evangélicos.”

Segundo o Evangelho, “quarenta dias após o nascimento, os pais de Jesus levaram o Menino a Jerusalém para consagrá-lo a Deus, conforme prescrito pela lei judaica”. 

Movimento

“Ao descrever um rito previsto pela tradição, este episódio chama a nossa atenção para o exemplo de alguns personagens. Eles são pegos no momento em que fazem experiência do encontro com o Senhor no lugar em que Ele se faz presente e próximo ao homem. Trata-se de Maria e José, Simeão e Ana, que representam modelos de acolhimento e doação da vida a Deus. Eles não eram iguais. Eram diferentes, mas todos buscavam e deixavam-se guiar pelo Senhor. O evangelista Lucas descreve todos eles numa dupla atitude: de movimento e admiração”, sublinhou o Papa.

A primeira atitude é o movimento. Maria e José vão em direção a Jerusalém. Por sua vez, Simeão, movido pelo Espírito, vai ao templo, enquanto Ana serve a Deus dia e noite sem cessar. Deste modo, os quatro protagonistas da passagem do Evangelho mostram-nos que a vida cristã exige dinamismo e disponibilidade para caminhar, deixando-nos guiar pelo Espírito Santo.
“A estagnação não combina com o testemunho cristão e com a missão da Igreja. O mundo precisa de cristãos que se movam, que nunca se cansam de andar pelas estradas da vida, para levar a todos a palavra consoladora de Jesus.”
A seguir, o Papa disse que “todo o batizado recebeu a vocação para o anúncio, para a missão evangelizadora! As paróquias e várias comunidades eclesiais são chamadas a incentivar o compromisso dos jovens, famílias e idosos, para que todos possam ter uma experiência cristã, vivendo a vida e a missão da Igreja como protagonistas”. 

Admiração

A segunda atitude com a qual São Lucas apresenta os quatro personagens da história é a admiração. Maria e José “ficaram maravilhados com o que se dizia Dele. A admiração é uma reação explícita também do velho Simeão, que no Menino Jesus vê com os seus próprios olhos a salvação realizada por Deus a favor de seu povo. E o mesmo acontece com Ana, que «também começou a louvar a Deus» e foi mostrar Jesus às pessoas. Esta é uma santa faladora, conversava bem, falava de coisas boas, não coisas más. Dizia, anunciava: uma santa que ia de uma mulher para a outra mostrando-lhes Jesus.

Segundo o Pontífice, “estas figuras de fiéis são circundadas pela admiração, porque se deixam cativar e envolver-se pelos eventos que aconteciam diante dos seus olhos”. 

Capacidade de nos surpreender-mos

A capacidade de nos surpreender-mos com as coisas que nos circundam, favorece a experiência religiosa e torna fecundo o encontro com o Senhor. Ao contrário, a incapacidade de nos surpreender-mos torna-nos indiferentes e amplia as distâncias entre o caminho da fé e a vida quotidiana.

Francisco concluiu, pedindo à “Virgem Maria para que nos ajude a contemplar todos os dias em Jesus, o dom de Deus para nós, e a nos deixar-mos envolver por Ele no movimento do dom, com admiração alegre, para que toda a nossa vida se torne um louvor a Deus no serviço aos irmãos”.

Após a oração mariana do Angelus, o Santo Padre recordou que a Itália celebra, neste domingo, o Dia pela Vida sobre o tema “Abram as portas para a vida”. Unindo-se à mensagem dos bispos, o Pontífice “deseja que este dia seja uma ocasião para cuidar e proteger a vida humana desde o início até o seu fim natural”.

“Também é necessário combater toda a forma de violação da dignidade, mesmo quando está em jogo a tecnologia ou a economia, abrindo as portas para novas formas de fraternidade solidária.”

A seguir, o Papa convidou todos os presentes na Praça de São Pedro a rezarem uma Ave-Maria pelos homens e mulheres consagrados que trabalham muito e em segredo. Por fim, pediu um aplauso para todos os consagrados e pediu aos fiéis para não se esquecerem de rezar por ele.

VN

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