A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou hoje o seu apoio à realização de um referendo sobre a legalização da eutanásia em Portugal, propondo uma aposta nos “cuidados paliativos”, como alternativa.
“A
opção mais digna contra a eutanásia está nos cuidados paliativos como
compromisso de proximidade, respeito e cuidado da vida humana até ao seu
fim natural. Nestas circunstâncias, a Conferência Episcopal acompanha e
apoia as iniciativas em curso contra a despenalização da eutanásia,
nomeadamente a realização de um referendo”, refere um comunicado dos bispos católicos, divulgado após a reunião mensal do Conselho Permanente que decorreu em Fátima.
No
documento que foi apresentado aos jornalistas pelo secretário da CEP,
padre Manuel Barbosa, os bispos aludem à “hipótese da despenalização da
eutanásia na Assembleia da República”, recordando as posições tomadas
pela Igreja Católica em 2016, em particular a Nota Pastoral «Eutanásia: o que está em causa? Para um diálogo sereno e humanizador»,
na qual se afirma que “nunca é absolutamente seguro que se respeita a
vontade autêntica de uma pessoa que pede a eutanásia”. “A sociedade tem
de ser consultada – e o referendo é uma forma -, tem de ser ouvida sobre
questões tão essenciais”, indicou o padre Manuel Barbosa, considerando
que o referendo é uma forma “útil” para defender a vida no seu todo.
Um movimento de cidadãos lançou, na sexta-feira, uma recolha de assinaturas
que tem como objetivo propor à Assembleia da República a realização de
um referendo nacional sobre “a (des)penalização da morte a pedido”. O
movimento “#simavida” quer apresentar ao Parlamento uma Iniciativa
Popular de Referendo considerando que uma decisão tão grave e fraturante
como a de despenalizar e legalizar certos casos de morte a pedido não
deve ser tomada no interior dos partidos e nos corredores de São Bento.
Na sua mensagem para Dia Mundial do Doente 2020
(11 de fevereiro), o Papa Francisco reforça a sua oposição a projetos
de legalização da eutanásia. Dirigindo-se aos profissionais de saúde,
Francisco pede que a sua ação vise “constantemente a dignidade e a vida
da pessoa, sem qualquer cedência a atos de natureza eutanásica, de
suicídio assistido ou supressão da vida, nem sequer se for irreversível o
estado da doença”.
*Com Ecclesia
Patriarcado de Lisboa
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