(RV) Realiza-se
de 9 a 13 do corrente, no Palácio da Chancelaria, em Roma, o 26º Curso
sobre o Foro interno da Penitenciaria Apostólica. Os participantes terão
na quinta-feira, dia 12, uma audiência com o Papa Francisco. Entre os
temas em exame destacam-se a correta administração do Sacramento da
Penitência, os seus aspectos canónicos, morais e litúrgico-pastorais,
bem como os deveres e direitos dos penitentes, ética e genética. A
propósito, a Rádio Vaticano entrevistou o regente da Penitenciaria
Apostólica, Dom Krzysztof Nykiel:
“Há mais de vinte e cinco anos durante o período quaresmal, que é
propriamente o tempo litúrgico da reconciliação e da conversão, a
Penitenciaria Apostólica organiza este Curso porque temos a profunda
convicção de que a valorização do ministério penitencial, sobretudo da
Confissão, depende em grande parte também dos sacerdotes e da
consciência deles de serem depositários de um ministério precioso e
insubstituível. O nosso Dicastério, acolhendo os contínuos convites do
Papa Francisco a sermos misericordiosos e a não termos medo de confiar
na Divina Misericórdia, quer ressaltar a importância que tem para a vida
de todo cristão o Sacramento da Reconciliação que, como ensina o
Catecismo da Igreja Católica, “oferece uma nova possibilidade de
converter-se e de recuperar a graça da justificação. Os Padres da Igreja
apresentam este sacramento como “a segunda tábua (de salvação) após o
naufrágio da graça perdida” (cfr. CIC., n. 1446). Nesta perspectiva, sem
dúvida, constitui uma das prioridades pastorais, especialmente para os
presbíteros que cuidam das almas, transcorrer sempre mais tempo no
confessionário porque, mediante a administração deste sacramento, se têm
muitas oportunidades para formar rectamente a consciência dos fiéis
ajudando-os a acolherem Cristo nos seus corações e a se abrirem à Sua
Presença sempre capaz de transformar, converter e fazer novas todas as
coisas. Toda a actividade pastoral deve saber orientar para o
confessionário, no qual, antes e melhor do que toda acção humana, age o
poder da graça que, libertando-nos de todo o mal, nos restitui sempre
novamente a dignidade de filhos de Deus e membros da Igreja. Portanto,
os destinatários do Curso são os novos sacerdotes, os diáconos e os
candidatos ao sacerdócio que estão no último ano do currículo formativo
dos estudos em vista do presbiterato. O objecto particular do Curso são
os temas de teologia moral e de direito canónico, aspectos pastorais e
litúrgicos, condições e situações particulares de penitentes... Além
disso, algumas conferências serão dedicadas às informações necessárias
para redigir e enviar as petições ou recursos a serem submetidos à
Penitenciaria Apostólica acerca das matérias exclusivamente a ela
reservadas ou que ultimamente possam ser a ela enviadas. Todos os dias
os participantes podem solicitar aprofundamento aos vários relatores que
se vão alternar durante os dias do Curso.”
De que modo o Curso sobre Foro interno, que é endereçado somente aos
sacerdotes, pode ajudar todos, inclusive e, sobretudo, os fiéis leigos
na redescoberta e valorização do Sacramento da Penitência?
“Obrigado por esta pergunta que me permite precisar um objectivo
muito importante que todos os anos a Penitenciaria se propõe alcançar
mediante o Curso que é, propriamente, o de formar sacerdotes que sejam
sempre mais apóstolos e missionários da misericórdia de Deus. O nosso
Curso tem como finalidade espiritual e pastoral suscitar nos sacerdotes a
consciência de quanto o Sacramento da Confissão é indispensável para o
caminho de santificação pessoal e dos fiéis leigos que são confiados a
seus cuidados pastorais. Se um sacerdote tem consciência da sublimidade
do Sacramento da Penitência, se ele mesmo sabe reconhecer-se pecador e
continuamente necessitado da misericórdia de Deus, então ele saberá
transmitir esta mesma convicção a todos aqueles que o Senhor confiou ao
seu coração de pastor e de guia das almas. A valorização do ministério
penitencial, sobretudo da confissão, depende muito dos sacerdotes e da
sua consciência de ser depositários de um ministério precioso e
insubstituível. Os sacerdotes são principalmente os instrumentos da
Divina Misericórdia. De facto, é Deus mesmo que perdoa a culpa quando o
confessor absolve o fiel que com ânimo sinceramente contrito vai ao
confessionário. Portanto, todo confessor é “educador de misericórdia”
porque deve ser capaz de ajudar os penitentes a fazer uma concreta
experiência da Misericórdia de Deus. O Curso sobre Foro quer ajudar os
sacerdotes a serem “bons educadores” de misericórdia, óptimos pedagogos
que conduzem a Cristo! Educar para a misericórdia é um dos aspectos mais
significativos da vida cristã que se insere no horizonte mais amplo,
não somente da pastoral da Igreja, mas dos desafios que caracterizam o
nosso tempo.” (BS/RL)
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