(RV) Aos
milhares de fiéis reunidos na Praça de S. Pedro para a oração mariana
do Angelus o Papa Francisco comentou o Evangelho deste 3° domingo da
Quaresma que nos apresenta, disse, o episódio da expulsão dos vendedores
do templo, um gesto que despertou forte impressão nas pessoas e nos
discípulos, e apareceu como gesto profético, tanto que alguns dos
presentes perguntaram a Jesus que sinal divino, prodigioso tinha e que o
qualificasse como enviado de Deus.
Ele respondeu: "Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei".
Eles responderam-lhe dizendo o templo havia levado 46 anos a construir e
ele o levantaria em três dias?". Eles não tinham entendido de que o
Senhor se referia ao templo vivo de seu corpo, que seria destruído com a
morte na cruz, mas que ressuscitaria ao terceiro dia, explicou o Papa
Francisco acrescentando:
“Na verdade, este gesto de Jesus e a
sua mensagem profética percebem-se totalmente à luz da sua Páscoa. Temos
aqui, segundo João, o primeiro anúncio da morte e ressurreição de
Cristo: o seu corpo, destruído na cruz pela violência do pecado, se
transformará na Ressurreição no lugar de encontro universal entre Deus e
os homens. Por isso, a sua humanidade é o verdadeiro templo, onde Deus
se revela, fala, se faz encontrar; e os verdadeiros adoradores de Deus
não são os guardiões do templo material, os detentores do poder e do
saber religioso, mas aqueles que adoram a Deus "em espírito e verdade".
E o Papa continuou sublinhando que
neste tempo quaresmal nos preparamos para a celebração da Páscoa, quando
renovaremos as promessas do nosso Baptismo. Quando caminhamos no mundo
como Jesus e fazemos de toda a nossa existência um sinal do seu amor
pelos nossos irmãos, especialmente os mais fracos e os mais pobres,
então nós construímos para Deus um templo na nossa vida, e assim, o
tornamos "acessível" para muitas pessoas que encontramos no nosso
caminho. E a este ponto o Papa convidou a a cada um dos presentes a
perguntar-se:
“Mas – perguntemo-nos - o Senhor
sente-se verdadeiramente em casa na minha vida? Permito-lhe fazer
"limpeza" no meu coração e expulsar os ídolos (ou seja, aquelas atitudes
de ganância, ciúmes, mundanidade, inveja, ódio, aquelas atitudes de
bisbilhotice …) que talvez lá se instalaram? A misericórdia é o seu modo
de fazer limpeza. Abramos-lhe a porta para que faça limpeza dentro de
nós”.
E o Papa prosseguiu reiterando que
cada Eucaristia que celebramos com fé nos faz crescer como templo vivo
do Senhor, graças à comunhão com o seu Corpo, crucificado e
ressuscitado, e também que Jesus conhece o que está em cada um de nós, e
conhece o nosso desejo mais ardente: ser habitados por Ele, só por Ele.E
invocou Maria Santíssima, morada privilegiada do Filho de Deus, para
que nos acompanhe e sustente no itinerário quaresmal, para que possamos
redescobrir a beleza do encontro com Cristo, que nos liberta e nos
salva.
Depois do Angelus o Papa dirigiu uma
cordial saudação aos fiéis de Roma e a todos os peregrinos provenientes
vindos de várias partes do mundo, tendo saudado em particular os fiéis
de Curitiba (Brasil); os grupos paroquiais de Treviso, Génova, Crotone,
Aquila e da zona de Domodossola, e os rapazes de Garda, que receberam o
Crisma. E convidou a todos, especialmente durante esta Quaresma, a
estarem mais próximos das pessoas que estão a viver momentos de
dificuldade: próximos com o afecto, a oração e a solidariedade. E sobre o
Dia Internacional da Mulher disse o Papa Francisco:
“Hoje, 8 de Março, uma saudação a todas as mulheres que em cada dia
procuram construir uma sociedade mais humana e acolhedora. Um obrigado
fraterno também àquelas que em mil modos testemunham o Evangelho e
trabalham na Igreja”. E esta é para nós uma ocasião para reafirmar a
importância das mulheres e a necessidade da sua presença na vida. Um
mundo onde as mulheres são marginalizadas é um mundo estéril, porque as
mulheres não apenas trazem a vida mas nos transmitem a capacidade de
olhar mais além, a capacidade de entender o mundo com olhos diferentes,
de sentir as coisas com um coração mais criativo, mais paciente, mais
terno. Uma oração e uma bênção particular para todas as mulheres aqui
presentes na Praça e para todas as mulheres. Uma saudação”
E concluiu desejando a todos um bom domingo e um bom almoço (BS)
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