(RV) "Preceitos
e proibições por si só não farão de ti um bom cristão. Cristão é o amor
de Jesus – uma das respostas do Papa Francisco às perguntas de alguns
jovens – perto de mil - que o acolheram na Paróquia romana de Santa
Maria Mãe do Redentor, no Bairro periférico de Tor Bella Monaca. No
encontro com o Conselho Pastoral, o Papa Francisco falou do drama da
"bondade gravemente abalada pela injustiça e a discriminação" .E
centrou-se nas dificuldades de emprego neste bairro romano dizendo: a
gente de Tor Bella Monaca tem o mesmo defeito que tinham Jesus, José e
Maria, o defeito de serem pobres. Pouco antes, o Papa tinha parado a uma
pequena distância do Centro Caritas no qual trabalham as Irmãs
Missionárias da Caridade, onde encontrou cerca de 80 deficientes e
doentes, representando os assistidos no Centro Caritas e cinco famílias
necessitadas, italianas e estrangeiras.
Na sua homilia o Santo Padre partiu do Evangelho do dia no qual Jesus
expulsa os vendedores do Templo afirmando que o mesmo apresenta duas
coisas que chamam a atenção: uma imagem e uma palavra.
A imagem – disse – é a de Jesus com o chicote na mão, expulsando
todos aqueles que se aproveitavam do Templo para fazer negócios.
Negociantes que vendiam animais para os sacrifícios, trocavam moedas…
havia o sacro – o templo, sacro – e, essa sujeira, lá fora. Essa é a
imagem. E Jesus pega o chicote para limpar um pouco o Templo.
Nós não podemos enganar Jesus, continuou o Papa. “Ele nos conhece por
dentro”. Essa pode ser uma boa pergunta à metade da Quaresma: Jesus
confia em mim? Jesus, confia em mim ou tenho duas caras? Faço o
católico, próximo à Igreja, e depois vivo como um pagão?
Jesus – disse ainda o Papa – conhece tudo o que tem dentro do nosso
coração: nós não podemos enganar Jesus. Não podemos diante d’Ele, fazer
de conta que somos santos, e fechar os olhos, fazer assim, e depois
levar uma vida que não seja a que Ele deseja. Todos nós sabemos o nome
que Jesus dava a pessoas de duas caras: hipócrita.
“Irá nos fazer bem, hoje, entrar no nosso coração e olhar para Jesus.
Dizer-lhe: ‘Mas, Senhor, olha, há coisas boas, mas também há coisas
más. Jesus, Tu confias em mim? Sou pecador…’.
Isso não assusta Jesus: se tu dizes a Ele, ‘sou um pecador’, Ele não
se assusta. O que o distancia – continuou o Papa -, é ter duas caras.
Fazer o justo para cobrir o pecado escondido; “eu vou à igreja todos os
domingos”. Mas se o teu coração não é justo, se não fazes justiça, se
não vives segundo o espírito das Bem-aventuranças, tu não és católico,
és hipócrita”.
Além disso, “quando entramos no nosso coração – disse ainda o Papa
Francisco – nós encontramos coisas que não são boas, como Jesus
encontrou no Templo aquela sujeira do comércio, dos vendedores. “Também
dentro de nós há sujeiras. Há pecados de soberba, de orgulho, de
avareza, de inveja, de ciúmes, tantos pecados. Mesmo assim podemos
continuar o diálogo com Jesus. Jesus, Tu confias em mim?” Eu quero que
confies em mim. “Abro-te a porta e limpe a minha alma”.
“E pedir ao Senhor – acrescentou – que como foi limpar o Templo,
venha limpar a minha alma. Imaginamos que ele foi com o chicote, mas com
o chicote não se limpa a alma. Vós sabeis qual é o chicote de Jesus
para limpar a nossa alma? A misericórdia. Abrir o coração à misericórdia
de Jesus. Jesus, olha quanta sujidade, vem, limpa com a tua
misericórdia, com as tuas palavras dóceis, com as tuas carícias. E se
abrimos o nosso coração à misericórdia de Jesus para que limpe o nosso
coração, a nossa alma, Jesus confiará em nós”. (BS/SP)
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