(RV) Depois de Scampia o
Papa foi para o centro da Cidade, para celebrar a missa numa das suas
mais famosas praças: a Praça do Plebiscito. Perante a multidão, o Papa
falou do Evangelho de São João, em que Jesus se revela como fonte de
“água viva”, suscitando entre os habitantes de Jerusalém uma animada
discussão entre aqueles que reconheciam em Jesus o “verdadeiro profeta” e
aqueles que o recusavam. Um debate que se verifica ainda hoje – fez
notar o Pontífice - entre os que acolhem Jesus e os que O recusam. Mas o
Papa foi a Nápoles - disse – para proclamar juntamente com os
napolitanos que “Jesus é o Senhor” e ajudar a acolhê-Lo e a pôr em
prática, com coragem, as suas palavras, palavras capazes de misericórdia
e que podem curar as feridas do nosso coração.
Tendo isto como pano de fundo e querendo que ficasse bem assente na
mente dos napolitanos, o Papa convidou-os a repetir três vezes: “Jesus é
o Senhor”…
A palavra de Cristo é para todos – continuou - quer chegar a todos,
de modo particular aos que vivem na periferia da existência, para que
encontrem nele o centro da sua vida, a fonte de esperança. Então, há que
levá-la a todos com alegria, amizade, ternura. Isto é tarefa de todos,
mas sobretudo dos sacerdotes – sublinhou o Papa convidando-os a “irem e a
acolherem” pobres, anciãos, necessitados… e acrescentou:
“Quando os corações se abrem ao Evangelho, o mundo começa a mudar e a
humanidade renasce! Se acolhermos e vivermos todos os dias a Palavra de
Jesus, renasceremos com Ele”.
Neste tempo de Quaresma, o Papa invocou a graça da Ressurreição para a
cidade de Nápoles e convidou, repetidamente, os napolitanos, de modo
particular os jovens, à esperança, a resgatar Nápoles dos males que a
afligem e a unirem os esforços para um futuro melhor dessa cidade, cheia
de recursos humanos, espirituais e de capacidade de amar.
Várias vezes aplaudido durante a homilia, o Papa Francisco exortou
insistentemente os napolitanos a não se deixarem roubar a esperança, a
não caírem nas ilusões do ganho fácil ou desonesto, a não deixarem que a
corrupção e a delinquência desfigurem o rosto dessa bela cidade, mas a
reagirem com firmeza às organizações que exploram e corrompem os jovens,
os pobres, os fracos, com o cínico comércio da droga e outros crimes. E
mais uma vez, como já noutros ocasiões, o Papa apelou os criminosos e
todos os seus cúmplices a se converterem ao amor e à justiça, a se
deixarem tocar pela misericórdia de Deus, pois que com a graça de Deus
que tudo perdoa, é possível retornar a uma vida honesta.
“Vo-lo peço com as lágrimas das mães de Nápoles, misturadas com as de
Maria, a Mãe Celeste (…). Que essas lágrimas dissolvam a dureza dos
corações e reconduzam todos para o caminho do bem”.
Recordando que hoje começa a Primavera, tempo de esperança, o Papa
disse que esperar é resistir ao mal, é olhar o mundo com o coração de
Deus, é apostar na misericórdia de Deus que é Pai e perdoa sempre,
perdoa tudo. Deus vive em Nápoles!, exclamou o Papa invocando a graça do
Senhor para a caminhada de fé, de caridade, de esperança e dos
projectos de resgate moral e social dos napolitanos. E mais uma vez
convidou os presetes a repetirem a frase “Jesus é Senhor”, terminando
com um “Que Nossa Senhora vos acompanhe” em dialecto napolitano”.
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