(RV) Quinta-feira,
5 de março, na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que a
mundanidade não deixa ver as chagas dos pobres. Na sua homilia,
comentando a parábola do rico avarento, o Papa observou que não se
tratava de um homem mau, “talvez fosse um homem religioso, a seu modo.
Rezava, ia ao templo, oferecia sacrifícios e ofertas aos sacerdotes, que
lhe davam um lugar de honra para se sentar”. Mas não percebia que à sua
porta havia um pobre mendicante, Lázaro, faminto, cheio de chagas,
“símbolo das muitas necessidades que tinha”. O Papa explicou a situação
do homem rico:
“Quando saía de casa, … talvez o carro com o qual saia tinha os
vidros escuros para não ver o lado de fora... talvez, mas não sei... Mas
certamente a sua alma, os olhos da sua alma, estavam ofuscados para não
ver. Somente via dentro da sua vida, e não percebia o que tinha
acontecido a este homem, que não era mau: estava doente. Doente de
mundanidade. E a mundanidade transforma as almas, faz perder a
consciência da realidade: vivem num mundo artificial, feito por eles... A
mundanidade anestesia a alma. E por isso, este homem mundano não era
capaz de ver a realidade.”
Nestas duas histórias – afirma o Papa – há duas máximas: uma maldição
para o homem que confia no mundo e uma benção para quem confia no
Senhor. O homem rico afasta o seu coração de Deus: a ‘sua alma está
deserta’, uma ‘terra salobra em que ninguém reside’ ‘porque os mundanos,
na verdade, estão sozinhos com o seu egoísmo’. O seu coração está
adoentado, tão apegado a este modo de viver mundano que dificilmente se
podia curar. Além disso – acrescenta o Papa – enquanto o pobre tem um
nome, Lázaro, o rico, não o tem: “não tinha nome, porque os mundanos
perdem o nome. São somente mais um na multidão de ricos que não precisam
de nada”.
“Os mundanos perderam o nome. E nós também, se tivermos o coração
mundano, perderemos o nome!. Mas não somos órfãos. Até ao fim, até ao
último momento, existe a segurança de que temos um Pai que nos espera.
Entreguemo-nos a Ele. Ele nos diz ‘Filho’, no meio daquela mundanidade.
Não somos órfãos”.
(RS/BF/CM)
Sem comentários:
Enviar um comentário