(RV) O sol brilhava esta
manhã sobre a Praça de São Pedro, repleta de fieis de várias partes da
Itália e do mundo que assistiram à festiva celebração do Domingo de
Ramos, que é também Dia Mundial da Juventude a nível das Dioceses. Daí a
presença de um grande números de jovens na celebração, às quais, o Papa
dirigiu uma saudação particular no final da Missa.
A cerimónia iniciou com a procissão e a bênção dos ramos, a
celebração litúrgica, em que foi narrada o percurso da Semana Santa que
nos conduz à Páscoa…
Na sua homilia, o Papa Francisco sublinhou que no centro de
celebração festiva deste domingo está a palavra ouvida precedentemente
no hino da Carta aos Filipenses: “A humiliação de si mesmo, a humiliação
de Jesus”.
Uma humiliação que revela – disse o Papa – o estilo de Deus e que
deve ser também o estilo do cristão: a humildade. Um estilo que nunca
acaba de nos surpreender, pois nunca nos habituamos à ideia de um Deus
humilde.
“Deus se humilha para caminhar com o seu povo, para suportar as suas
infidelidades”. O Senhor ouve pacientemente os murmúrio, as lamentações
contra Moisés, que no fundo eram contra Ele, contra o Pai que os tinha
tirado da condição de escravatura e os conduzia através do deserto para a
terra da liberdade.
“Nesta Semana Santa, que nos leva à Páscoa, iremos por este caminho
da humiliação de Jesus. E só assim será “Santa” também para nós”.
O Papa frisou que indo por esse caminho viveremos todos os momentos
que caracterizam o percurso de Jesus durante a Semana Santa até à sua
morte na cruz.
“Este é o caminho de Deus”, o caminho da humildade. É o caminho de Jesus, não há outro. E não existe humildade sem humiliação.
Percorrendo todo esse caminho, Deus fez-se servo – sublinhou o Papa
recordando que humildade significa também serviço, significa esvaziar-se
de nós mesmos para deixarmos espaço a Deus na nossa pessoa. Este
esvaziar-se como diz a Sagrada Escritura – recordou o Papa Bergoglio – é
a maior humiliação.
Mas há um caminho contrário ao de Cristo – fez notar o Papa: o da
mundanidade que nos leva pelas vias da vaidade, do orgulho, da procura
do sucesso… O maligno propôs esta via também a Jesus, durante os
quarenta dias no deserto. “Mas Jesus recusou-a sem hesitação. E com
Ele, somente com a sua graça, a sua ajuda, também nós podemos vencer
esta tentação da vaidade, da mundanidade, não só nas grande ocasiões,
mas nas circunstâncias ordinárias da vida.”
O Papa não deixou de evocar os exemplos de humildade, silêncio de
tantos homens e mulheres que sem procurar dar nas vistas procuram servir
os outros: parentes doentes, anciãos sós, inválidos, sem-abrigo…
Convidou também a elevar o pensamento a quantos pela sua fidelidade
ao Evangelho são discriminados, pagando com própria vida, como os
cristãos perseguidos, os mártires do nosso tempo. “São tantos! Não
renegam Jesus e suportam com dignidade insultos e ultrajes. Seguem-No
pelo seu caminho. Podemos falar de uma “nuvem de testemunhas.”
O Papa terminou a sua homilia, convidando todos a embocarem nesta
Semana Santa, este caminho “com tanto amor por Ele, o nosso Senhor e
Salvador. Será o amor a guiar-nos e a dar-nos força. E, onde Ele
estiver, estaremos também nós. Amém.”
Durante a Missa rezou-se em várias línguas para diversas intenções de
modo particular para os jovens. Eis a oração e língua da Indonésia:
“A paixão de Jesus, vivida em obediência à vontade do Pai, torne os seus corações puros, indivisos e generosos”
E foi precisamente aos jovens que no final da celebração, depois de saudar a todos, o Papa dirigiu uma palavra especial:
“Caros jovens exorto-vos a continuar o vosso caminho seja nas
dioceses, seja na peregrinação através dos continentes, que vos levará
no próximo ano a Cracóvia, pátria de São João Paulo II, iniciador das
Jornadas Mundiais da Juventude. O tema daquele grande encontro “Beatos
os misericordiosos, pois que encontrarão misericórdia” entoa-se muito
bem com o Sano Santo da Misericórdia. Deixai-vos encher pela ternura do
Pai para depois a difundir à vossa volta!”.
Seguiu-se a oração mariana do Angelus que o Papa convidou a dirigir a
Nossa Senhor a fim de que nos ajude a ser fiéis a Cristo nesta Semana
Santa, Ela que estava presente quando Jesus entrou triunfante em
Jerusalém, mas que como Ele estava pronta ao sacrifício.
O Papa confiou a Nossa Senhora as vítimas do desastre aéreo da
companhia alemã, recordando de modo particular o grupos de jovens
estudantes que nele perdeu a vida.
E concluiu desejando a todos “uma Semana Santa em contemplação do Mistério de Jesus Cristo”.
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