(RV) O
Papa Francisco neste início do Tempo de Natal enviou uma Carta aos
cristãos do Médio Oriente com uma palavra de encorajamento para todos:
pastores; jovens, idosos, organizações caritativas, cristãos em geral,
membros de outros grupos religiosos e étnicos, comunidade
internacional. A todos o Santo Padre apelou a não resignarem-se à
situação de conflito, mas a dar, isso sim, o próprio contributo para
que se possa construir o mosaico da paz. É, afinal, um pedido para que
sejam tomadas posições contra o fundamentalismo. A Rádio Vaticano ouviu o
comentário do Custódio da Terra Santa, o Padre Pierbattista Pizzaballa
sobre a Carta do Papa Francisco aos cristãos do Médio Oriente:
“É uma carta que me tocou muito porque é muito clara no descrever a
situação que vivem os cristãos, mas não é pessimista, encoraja a
comunidade cristã à sua missão, que é aquela de dar testemunho com uma
santidade de vida, chama o mal pelo nome, terrorismo que deve ser
condenado. Há depois elementos muito importantes, como o diálogo
ecuménico e inter-religioso: perante estas situações não nos devemos
fechar, mas temos necessidade ainda mais de olhar para o outro no
diálogo e na relação que são essenciais e que não têm alternativa. Não
há outro caminho, di-lo expressamente. Portanto, recusar toda a forma de
parcialidade que é a condenação desta terra.”
“O diálogo inter-religioso é necessário, porque não há outra escolha.
No diálogo inter-religioso é preciso porém pedir aos nossos irmãos
muçulmanos clareza no condenar estas formas de degeneração do Islão,
porque senão o diálogo seria baseado em qualquer coisa de falso. É uma
clareza que é importante, ao mesmo tempo é também importante não ceder
ao conflito de civilizações, ao chamamento às armas, porque não têm
futuro.”
“Eu creio que já a Carta em si, que não era esperada e que não faz
parte de alguma tradição, é um gesto de atenção muito importante que
será seguramente muito bem recebido. E depois também uma indicação de
método e uma indicação de um caminho a seguir por todas as comunidades
cristãs. Perante os dramas que todos estamos a assistir era necessário
dar-nos uma indicação e uma chamada de atenção com autoridade e forte. E
isto era aquilo que tínhamos mesmo necessidade.”
Na sua Carta aos cristãos do Médio Oriente o Papa encoraja-os a
ajudarem a maioria muçulmana, que vive à sua volta, a darem com coragem e
firmeza testemunho de um Islão como religião de paz e respeitoso dos
direitos humanos. Encoraja-os também a usufruir do direito de participar
plenamente na vida e crescimento das suas nações, a serem construtores
de paz, reconciliação e desenvolvimento e a construírem pontes segundo o
espírito das bem-Aventuranças e a colaborarem com as autoridades
nacionais e internacionais.
O Santo Padre conclui a sua Carta recordando “às queridas irmãs e
irmãos cristãos do Medio Oriente” que têm uma “grande responsabilidade”
e que não estão sozinhos a enfrentá-la”. Exprime também o desejo de
“ter a graça de ir pessoalmente” visitá-los e confortá-los. (RS)
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