28 dezembro, 2014

P. Lombardi: a cultura do encontro no ano 2014 do Papa Francisco

 

(RV) 2014 foi outro ano muito intenso para o Papa Francisco. Para além das inúmeras audiências e encontros no Vaticano, o Pontífice realizou cinco viagens internacionais: Terra Santa, Coreia, Albânia, Estrasburgo e Turquia.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o Director Pe. Federico Lombardi, também Director da Sala de Imprensa da Santa Sé, afirmou que “a cultura do encontro” caracterizou o ano do Papa Francisco.

Pe. Lombardi: – As palavras que o Papa Francisco usa e que impressionam são inúmeras, portanto poderiam ser escolhidas várias. Mas uma que com o tempo creio faz compreender sempre melhor e entender o seu significado crucial é o da cultura do encontro. Ou seja, o Papa Francisco tem justamente esta atitude, um modo de se relacionar com os outros como pessoa que encontra pessoas e que coloca profundamente em jogo a sua vida e o seu ser e busca que o outro, o seu interlocutor, coloque em jogo a si mesmo. Vem-me à mente o método dos relacionamentos do Papa com as grandes personalidades. Com o Patriarca Bartolomeu é um encontro pessoal, é amizade verdadeira, e isso faz pensar que também no ecumenismo é possível progredir … Do mesmo modo, também este recente sinal de esperança nas relações entre Estados Unidos e Cuba, em que os dois líderes agradeceram ao Papa pela carta que ele lhes enviou. Também nessa dimensão das relações internacionais com as grandes personalidades do mundo, o Papa tem uma metodologia que é muito pessoal e envolvente, manifesta o seu carisma, a sua capacidade de ir ao coração do outro e convidá-lo a dar passos, a colocar-se em caminho pelo bem da humanidade. Pois bem, isso me parece algo de muito precioso, muito importante e também de muito característico do Papa Francisco.

Reforma

O sacerdote jesuíta falou também do projeto de reforma da Cúria Romana, que é “simplesmente uma parte de um projeto de renovação muito mais amplo que o Papa formulou na Exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’: de uma Igreja em saída, missionária. Mas o que me parece muito importante notar é que para o Papa o coração de toda reforma é interior: as reformas partem do coração: é daí que é preciso partir para renovar ou curar quando há inconvenientes”.

Sínodo sobre a família

“Eu acredito que a iniciativa do Sínodo dedicado à família seja uma das principais ações pastorais e eclesiais propostas pelo Papa Francisco. Talvez a principal, pois toca realmente a vida de todos: a vida dos fiéis, mas também a vida de todas as pessoas humanas do nosso tempo. É uma iniciativa muito corajosa, porque o Papa colocou sobre a mesa temas inclusive difíceis, delicados: porém, era algo realmente necessário”, declarou Pe. Lombardi.

Viagens

Quanto às viagens internacionais realizadas em 2014, Pe. Lombardi destacou um detalhe comum a todas elas: a dimensão do martírio. “Seja na Coreia, onde a história da Igreja é caracterizada pelo martírio, seja na Albânia, onde o martírio em tempos recentes, sob o comunismo, foi fortíssimo, seja no Médio Oriente, onde o martírio é uma realidade actual para os muitos problemas que ocorrem, o Papa encontra esta realidade e nos recorda a actualidade desta dimensão na vida da Igreja de todos os tempos e também do nosso.” (BF/BS)

Sem comentários:

Enviar um comentário