(RV) O
Papa tem uma palavra para todos: pastores; jovens, idosos, organizações
carititativas, cristãos em geral, membros doutros grupos religiosos e
étnico, comunidade internacional... a todos apelando a não resignar-se à
situação de conflito, mas a dar, isso sim, o próprio contributo para
que se possa construir o mosaico da paz.
Seguindo as pegadas de São Paulo na sua carta aos Coríntios, o Papa
Franscisco situa a suamissiva no espírito da consolação e esperança que
nos vêm de Deus e que se manifesta mais uma vez, de forma inefável, na
comemoraçao do nascimento de Cristo.
O Papa diz acompanhar todos os dias as notícias que chegam do Medio
Oriente, onde aflições e tribulações não têm faltado, infelizmente, mas
mostra-se particularmente preocupado por aquilo a que define de
“organização terrorista, de dimensões antes inconcebíveis, que comete
toda a espécie de abusos e práticas indignas do homem”, atingindo de
forma particular os cristãos expulsos das suas terras, onde viviam desde
o tempo dos apóstolos. Um sofrimento que brada a Deus, apelando ao
compromisso de todos por meio da oração e iniciativas.
A todos, sem distinção de religião ou grupo etnico, o Papa exprime,
em seu nome e da Igreja em geral “unidade e solidariedade”. E fá-lo
pensando de modo particular “nas crianças, nas mães, nos idosos, nos
deslocados e refugiados, em quantos padecem a fome, naqueles que têm de
enfrentar a dureza do inverno sem um tecto para se protegerem.
Franciso encoraja à unidade em Cristo, nossa consolação e nossa
esperança, uma unidade mais do que nunca necessária. E recorda os
“pastores e fiéis, a quem foi pedido o sacrifício da vida, nos últimos
tempos, muitas vezes pelo simples facto de serem cristãos”; as “pessoas
sequestradas, incluindo bispos ortodoxos e sacerdotes de diferentes
Ritos”, pedindo a Deus para que possam regressar sãs e salvas às suas
comunidades.
O Papa indica depois alguns sinais do “Reino de Deus” no meio dessas hostilidades e sofrimentos:
Antes de mais, alegra-se pela a comunhão vivida com fraternidade e
simplicidade entre católicos, ortodoxos e fiéis doutras Igrejas na
região. Um “ecumenismo do sangue” – diz - exprimindo o desejo de que
possam sempre “dar testemunho de Jesus através das dificuldades. A vossa
presença é preciosa para o Medio Oriente” – escreve Francisco na sua
carta em que agradece aos cristãos pela sua “perservença”; cristãos que
ele define de “fermento na massa”, um pequeno rebanho, mas com “grande
responsabilidade” na terra onde nasceu e donde irradiou o cristianismo.
Outro sinal do “Reino de Deus” indicado pelo Papa é “o esforço por
colaborar com pessoas doutras religiões, com os judeus e com
muçulmanos”. Francisco recorda que não há outro caminho senão o do
diálogo inter-religioso. O diálogo é um “serviço à justiça e uma
condição necessária para a tão desejada paz” – remata.
O Papa encoraja aos cristãos a ajudarem a maioria muçulmana que vive à
sua volta a dar, com coragem e firmeza, testemunho de um Islão como
religião de paz e respeitoso dos direitos humanos. Encoraja-os também a
usufruir do direito de participar plenamente na vida e crescimento das
suas nações, a serem construtores de paz, reconciliação e
desenvolvimento, a construirem pontes segundo o espírito das
bem-Aventuranças e a colaborarem com as autoridades nacionais e
internacionais.
E aqui exprime a sua gratidão aos pastores, desde os patriarcas ás
religiosas pela sua presença, acompanhamento e solicitude junto das
comunidades, recordando-lhes que a presença dos pastores junto dos seu
rebanho é importante sobretudo nos momentos de dificuldade.
Aos jovens o Papa manda um abraço, convidando-os a não terem medo,
nem vergonha de ser cristãos. Aos idosos, memória do povo, exprime a
sua estima, esperando que a essa memória seja semente de crescimento
para as novas gerações. O seu apreço vai também para a Cáritas e outras
organizações caritativas católicas de vários países, enaltecendo de modo
particular o esforço na educação para a cultura do encontro, respeito e
dignidade de cada ser humano.
Assegurando a ajuda de toda a Igreja, em oração e todos os meios à
disposição, o Papa repudia mais uma vez o tráfico de armas, recordando
que o que é necessário são projectos de vida. E incita a Comunidade
interanacional a acudir os povos do Medio Oriente, “promovendo a paz por
meio da negociação e da actividade diplomatica”.
Nos rastos da sua viagem ao Medio Oriente e do encontro de oração no
Vaticano com os Presidentes de Israel e da Palestina, o Papa convida a
continuar a rezar pela paz no Medio Oriente.
E conclui recordando “às queridas irmãs e irmãos cristãos do Meido
Oriente” que têm uma “grande responsabilidade” e que não estão sózinhos
a enfrentá-la”. Exprime também o desejo de “ter a graça de ir
pessoalmente” visitá-los e confortá-los.
(DA)
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