28 maio, 2018

Papa: a paz é a verdadeira alegria do cristão, não a "dolce vita"

 
 A alegria cristã foi o tema da homilia do Santo Padre  (Vatican Media)
 
“Ser homem e mulher de alegria” significa “ser homem e mulher de paz, significa ser homem e mulher de consolação”, disse Francisco.
 
Barbara Castelli – Cidade do Vaticano

A alegria “é o respiro do cristão”, uma alegria feita de verdadeira paz e não falsa como aquela que a cultura de hoje oferece, que “inventa tantas coisas para nos divertir”, inúmeros “momentos de dolce vita”. Na Missa celebrada na manhã de segunda-feira (28/05) na capela de Casa Santa Marta, o Papa voltou a falar de uma das características do cristão: a alegria, não obstante as provações e as dificuldades. 

O respiro do cristão
Na homilia, comentando um trecho da primeira carta de São Pedro apóstolo e do Evangelho de São Marcos, em que se fala de um jovem rico que não consegue renunciar aos próprios interesses, o Pontífice destaca que um verdadeiro cristão não pode ser “tenebroso” ou “triste”. “Ser homem e mulher de alegria”, insiste, significa “ser homem e mulher de paz, significa ser homem e mulher de consolação”.

“A alegria cristã é o respiro do cristão, um cristão que não é alegre no coração não é um bom cristão. É o respiro, o modo de se expressar do cristão, a alegria. Não é algo que se compra ou que faço com esforço, não: é um fruto do Espírito Santo. Quem faz a alegria no coração é o Espírito Santo”. 

O primeiro passo da alegria é a paz
A rocha sólida sobre a qual se apoia a alegria cristã é a memória: não podemos de facto esquecer “aquilo que o Senhor fez por nós”, “regenerando-nos” a uma nova vida; assim como a esperança daquilo que nos aguarda, o encontro com o Filho de Deus. Memória e esperança são os dois elementos que permitem aos cristão viver na alegria, não uma alegria vazia, mas uma alegria cujo “primeiro grau” é a paz.

A alegria não é viver de risada em risada. Não, não é isso. A alegria não è ser engraçado. Não, não é isso. É outra coisa. A alegria cristã é a paz. A paz que está nas raízes, a paz do coração, a paz que somente Deus nos pode dar. Esta é a alegria cristã. Não é fácil preservar esta alegria”. 

A cultura dos “momentos de dolce vita”
No mundo contemporâneo, prossegue o Papa, infelizmente contentamo-nos com uma uma “cultura pouco alegre”, “uma cultura onde inventam tantas coisas para nos divertir”, tantos “momentos de dolce vita”, mas que não satisfazem plenamente. A alegria, de facto, “não é algo que se compra no mercado”, “é um dom do Espírito” e vibra também no “momento do turbamento, no momento da provação”.

“Há uma inquietação positiva, mas outra que não é positiva, a de buscar a segurança em qualquer lugar, de buscar o prazer em qualquer lugar. O jovem do Evangelho tinha medo de que, se abandonasse as riquezas não poderia ser feliz. A alegria, a consolação: o nosso respiro de cristãos”.

Ouça a reportagem com a voz do Papa Francisco

VATICAN NEWS

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