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Papa Francisco em visita a Loppiano
(AFP or licensors)
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Na cidade onde nasceu a "Obra de Maria",
os focolarinos ouviram um longo e bem humorado discurso do Papa
Francisco, que respondeu a três perguntas dos moradores da cidade
fundada por Chiara Lubich.
Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano
Depois de Nomadélfia, o Papa Francisco foi até Loppiano, “pequena cidade que nasceu do Evangelho”, como definiu o próprio Pontífice, por ser a sede principal do Movimento dos Focolares por inspiração de Chiara Lubich.
Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano
Depois de Nomadélfia, o Papa Francisco foi até Loppiano, “pequena cidade que nasceu do Evangelho”, como definiu o próprio Pontífice, por ser a sede principal do Movimento dos Focolares por inspiração de Chiara Lubich.
Em Loppiano, o Papa foi acolhido pelo bispo de Fiesole, Dom Mario
Meini, e pela presidente do Movimento dos Focolares, Maria Voce.
Música e festa aguardavam o Pontífice, que ao chegar fez um
breve momento de oração no Santuário Maria Theotokos. Na sequência,
diante do mesmo Santuário, se realizou o encontro com a Comunidade
baseado em forma de diálogo.
Maria fez a sua saudação e os habitantes de Loppiano dirigiram
três perguntas ao Pontífice relativas aos desafios que o Movimente
enfrenta hoje passados 50 anos de sua fundação.
Francisco agradeceu aos “pioneiros” do Movimento e fez acréscimos improvisados para exemplificar melhor o discurso preparado.
Franqueza, perseverança e memória
O Papa encorajou-os a serem “francos” e “perseverantes”, duas palavras-chave do caminho da comunidade cristã para ter “memória”.
“É preciso pedir ao Espírito Santo a franqueza – sempre unida ao
respeito e à ternura – em testemunhar as grandes e belas obras que Deus
realiza em nós e por meio a nós. E também nas relações dentro da
comunidade é preciso sermos sempre sinceros, abertos, francos, e não
medrosos nem preguiçosos nem hipócritos. Não ficar de lado para semear
cizânia e murmurar, mas esforçar-mo-nos para viver como discípulos sinceros e
corajosos em caridade e verdade.”
“Quem vive de fofoca é um terrorista”, recordou. Pelo contrário, é
preciso pedir o senso de humor, “a atitude humana que mais se aproxima
de Deus”.
Francisco recordou o início do Movimento, quando Chiara se inspirou
na abadia benedetina de Einsiedeln para criar algo semelhante em
Loppiano, de forma nova e moderna, em sintonia com o Concílio Vaticano
II, a partir do carisma da unidade: um esboço de cidade nova no espírito
do Evangelho, para ressaltar a beleza do povo de Deus na riqueza e
variedade dos seus membros. Em síntese, “plasmar uma nova face da cidade
dos homens segundo o desenho de amor de Deus”.
“Loppiano é chamada a ser isso”, disse o Papa e pode-se tornar, com confiança e realismo, a ser sempre melhor.
Em Loppiano não existem periferias
Em Loppiano, acrescentou, vive-se a experiência de caminhar juntos,
com estilo sinodal. E esta é a base sólida e indispensável de tudo: a
escola do Povo de Deus onde quem ensina e guia é o único Mestre. Daqui
derivam as “escolas de formação” típicas do local: formação ao trabalho,
ao agir econôómico e político, ao diálogo ecuménico e inter-religioso,
formação cultural e eclesial, sobretudo a quem é relegado às periferias
da existência.
“Loppiano cidade aberta, Loppiano cidade em saída. Em Loppiano não
existem periferias”, ressaltou o Papa, pedindo um novo ímpeto a essas
escolas de formação, abrindo-as a horizontes mais vastos e projetando-as
nas fronteiras através de um novo “pacto formativo”.
Numa época de transformação, continuou o Papa, o desafio é o da
fidelidade criativa, isto é, “ser fiéis à inspiração originária e,
juntos, estar abertos ao sopro do Espírito Santo e empreender com
coragem as novas vias que Ele sugere. “Ele”, reiterou Francisco, “e não o
nosso bom senso, as nossas capacidades pragmáticas, não os nossos modos
de ver sempre limitados.
Discernimento comunitário
Para isso, é necessário o discernimento comunitário. “È necessário
escuta de Deus até ouvir com Ele o clamor do Povo e é preciso escuta do
Povo até respirar a vontade à qual Deus nos chama. Os discípulos de
Jesus devem ser contemplativos da Palavra e contemplativos do Povo de
Deus.” O Papa então concluiu:
“Somos todos chamados a tornar-mo-nos artesãos do discernimento
comunitário. Este é o caminho para que também Loppiano descubra e siga
passo a passo a via de Deus ao serviço da Igreja e da sociedade.”
Francisco encerrou o seu discurso falando de Maria, “uma leiga”, que
inspirou a Comunidade dos Focolares, cujo nome oficial é “Obra de
Maria”.
“Eu vos convido a olhar para Maria, mulher da fecundidade, da
paciência, da coragem, de suportar as coisas. Olhem para esta leiga,
primeira discípula, e vejam como reagiu em todos os passos conflituais
da vida de seu filho.”
VATICAN NEWS
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