04 abril, 2018

Audiência: depois da missa, passar da carne de Cristo à carne dos irmãos


Na Audiência Geral, Papa concluiu ciclo sobre a Santa Missa  (Vatican Media)

“Os frutos da Missa são destinados a amadurecer na vida de todos os dias”, disse o Papa Francisco na Audiência Geral, em que fez uma saudação especial "ao amado Papa Bento XVI". 

Cidade do Vaticano - 

A Praça S. Pedro acolheu milhares de fiéis nesta quarta-feira de tempo instável em Roma para a Audiência Geral.

Depois de fazer a alegria dos fiéis ao saudá-los de papamóvel, o Papa fez notar as flores presentes na Praça, símbolo da alegria, da “flor nova” que é Cristo, pois a Páscoa faz florescer “ o Cristo Ressuscitado, a nossa justificação, a santidade da Igreja”. E pediu aos presentes que desejassem “Feliz Páscoa” ao “amado Papa Bento XVI”, que nos acompanha através da televisão. 

Ritos finais 

Na sua catequese, o Papa Francisco encerrou o ciclo que dedicou à Missa, falando dos ritos finais: a bênção concedida pelo sacerdote e a despedida do povo.

Assim como a missa tem início com o sinal da cruz, ela é concluída em nome da Trindade e abre-se para o testemunho cristão.

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“Os cristãos não vão à missa para cumprir um dever semanal e depois esquecerem-na. Vão à missa para participar da ressurreição do Senhor e depois viver mais como cristãos. Abre-se o testemunho cristão, para sermos mais cristãos.”

Saímos da igreja para “ir em paz” para levar a bênção de Deus para a nossa vida e as atividades cotidianas, destacou o Pontífice. 

Língua comprida

“Se saímos da missa conversando, falando dos outros, com a língua comprida, significa que a missa não entrou no meu coração, porque não somos capazes de dar testemunho cristão. Devo sair melhor do que entrei, com mais vida, com mais força, com mais vontade de dar testemunho cristão.”

Da celebração à vida, portanto, cientes de que a Missa encontra cumprimento nas escolhas concretas de quem se deixa envolver na primeira pessoa nos mistérios de Cristo. “Não nos  devemos esquecer de que celebramos a Eucaristia para aprender a tornar-nos homens e mulheres eucarísticos.”

Na prática, explicou o Papa, isto significa deixar agir Cristo nas nossas obras: que os seus pensamentos, sentimentos e escolhas sejam os nossos. Isto é santidade. São Paulo expressa bem este conceito quando diz: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. Este é o testemunho cristão. 

Sacrário

Já que a presença real de Cristo no Pão consagrado não termina com a Missa, a Eucaristia é conservada no sacrário para a Comunhão aos enfermos e para a adoração silenciosa do Senhor no Santíssimo Sacramento; o culto eucarístico fora da Missa, seja em forma privada, seja comunitária, nos ajuda a permanecer em Cristo.

“A missa é como o grão, que na vida cresce nas obras boas, nas atitudes que nos fazem parecer com Jesus. Os frutos da Missa, portanto, são destinados a amadurecer na vida de todos os dias”, acrescentou Francisco, recordando que a Eucaristia separa-nos do pecado.

“Aproximar-se regularmente ao banquete eucarístico renova, fortifica e aprofunda o elo com a comunidade cristã à qual pertencemos, segundo o princípio de que a Eucaristia faz a Igreja.” 

Da carne de Cristo à carne dos irmãos

Por fim, participar na Eucaristia compromete junto aos demais, principalmente dos pobres, educando-nos a passar da carne de Cristo à carne dos irmãos, na qual ele espera ser reconhecido, servido, honrado e amado por nós.

“Agradeçamos ao Senhor pelo caminho de redescoberta da santa Missa que nos doou e deixemo-nos atrair com fé renovada a este encontro real com Jesus morto e ressuscitado por nós. E que a nossa vida seja sempre florescida, como a Páscoa, com as flores da esperança, da fé, das obras boas, que possamos encontrar essa força na eucaristia. Boa Páscoa a todos.”


Ouça a reportagem com a voz do Papa Francisco



VATICAN NEWS

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