Papa preside Celebração Eucarística na Basílica de São Pedro
(ANSA)
"Tanto a Igreja quanto o mundo de hoje
têm particularmente uma necessidade da Misericórdia, para que a unidade
desejada por Deus em Cristo, prevaleça sobre a ação negativa do maligno,
que se aproveita de muitos meios atuais, em si bons, mas que mal
utilizados, ao invés de unir, dividem”.
Cidade do Vaticano
“Tudo parte da Ressurreição de Jesus: dela vem o testemunho dos
apóstolos e, através dela, a fé e a nova vida dos membros da comunidade
são geradas, com o seu franco estilo evangélico”, disse o Papa Francisco
na Missa celebrada na manhã desta terça-feira na Basílica de São Pedro,
com os Missionários da Misericórdia.
As leituras da Missa de hoje – disse o Papa no início da sua homilia -
destacam bem estes dois aspectos inseparáveis: “o renascimento pessoal e
a vida comunitária”.
Neste sentido, penso no ministério que vocês desenvolvem a partir do
Jubileu da Misericórdia, um ministério que se move nestas duas direções:
“a serviço das pessoas, para que "renasçam do alto" e ao serviço das
comunidades, para que possam viver com alegria e coerência o mandamento
do amor”.
E inspirado na Palavra de Deus do dia, o Santo Padre oferece duas
indicações aos missionários: nascer do alto para testemunhar a
ressurreição e ser padres capazes de elevar no deserto do mundo o sinal
da salvação.
Nascer do alto
Quem não nasce do alto, corre o risco de se tornar como Nicodemos,
“que mesmo sendo mestre em Israel, não entendia as palavras de Jesus”:
“Nicodemos não entendia a lógica de Deus, que é a lógica da graça,
da misericórdia, segundo a qual quem se faz pequeno torna-se grande,
quem é o último torna-se o primeiro, quem se reconhece doente é curado.
Isto significa deixar realmente o primado ao Pai, a Jesus e ao Espírito
Santo na nossa vida”.
Mas isto – alertou o Papa – não significa que os padres devam
tornar-se “envasados”, “quase como se fossem depositários de algum carisma
extraordinário”:
“Não, padres normais, simples, humildes, equilibrados, mas capazes
de deixarem-se constantemente regenerar pelo Espírito, dóceis à sua
força, interiormente livres – antes de tudo de si mesmos – porque
movidos pelo “vento” do Espírito que sopra onde quer”.
Serviço à comunidade
A segunda indicação diz respeito ao “serviço à comunidade”, isto é,
“ser padres capazes de “elevar” no “deserto” do mundo o sinal da
salvação, isto é, a Cruz de Cristo, como fonte de conversão e de
renovação para toda a comunidade e para o próprio mundo”.
O Papa ressaltou, em particular, “que o Senhor morto e ressuscitado é
a força que cria a comunhão na Igreja e, por meio da Igreja, em toda a
humanidade”.
Um estilo “contagioso”
“Esta força de comunhão manifestou-se desde o início na comunidade de
Jerusalém, onde - como atesta o Livro de Atos - "a multidão dos que se
haviam convertido tinha um só coração e uma só alma", “foi uma comunhão
que fez partilha concreta de bens, de modo que "tudo era comum entre
eles", e "nenhum deles passava por necessidades":
“Mas esse estilo de vida da comunidade era também "contagioso"
para o exterior: a presença viva do Senhor ressuscitado produz uma força
de atração que, por meio do testemunho da Igreja e por meio das
diversas formas de proclamação da Boa Nova, tende a atingir a todos,
ninguém excluído”.
Unidade
“Caros irmãos – foi a exortação de Francisco - ponham o vosso ministério
específico de Missionários da Misericórdia ao serviço desse dinamismo”:
“De facto, tanto a Igreja quanto o mundo de hoje têm
particularmente uma necessidade da Misericórdia, para que a unidade
desejada por Deus em Cristo, prevaleça sobre a ação negativa do maligno,
que se aproveita de muitos meios atuais, em si bons, mas que mal
utilizados, ao invés de unir, dividem”.
Sabemos que "a unidade é superior ao conflito – enfatizou o Papa -
mas também sabemos que sem a misericórdia, esse princípio não tem força
para ser implementado no concreto da vida e da história”:
“Queridos irmãos, deixem este encontro com a alegria de serem
confirmados no ministério da Misericórdia. Em primeiro lugar confirmados
na grata confiança de serem vocês, primeiro chamados a renascer
sempre de novo "do alto", do amor de Deus e ao mesmo tempo confirmados
na missão de oferecer a todos o sinal de Jesus "elevado" da terra, para
que a comunidade seja um sinal e instrumento de unidade no meio do
mundo”, concluiu o Santo Padre.
VATICAN NEWS
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