Papa celebra a missa na Casa Santa Marta
(ANSA)
"Sem amor, a Igreja não vai para a frente, a
Igreja não respira. Sem o amor, não cresce, transforma-se numa
instituição vazia, de aparências, de gestos sem fecundidade", disse
Francisco na missa matutina.
Alessandro Di Bussolo – Cidade do Vaticano
Jesus ensina-nos o amor com a Eucaristia; ensina-nos o serviço com o
lava-pés; e diz-nos que um servo jamais está acima do seu senhor. Estes
três elementos são o fundamento da Igreja. Foi o que disse o Papa
Francisco na homilia da missa celebrada na manhã de quinta-feira (26/04)
na capela da Casa Santa Marta. O Pontífice comentou o Evangelho do dia,
no qual João refere as palavras de Jesus depois do lava-pés.
Na Última Ceia, explicou o Papa, Jesus despede-se dos discípulos com
um discurso longo e belo e “faz dois gestos que são instituições”. Dois
gestos para os discípulos e para a Igreja que virá, “que são o
fundamento, por assim dizer, da sua doutrina”. Jesus “dá de comer o seu
corpo e de beber o seu sangue”, isto é, institui a Eucaristia, e faz o
lava-pés. “Desses gestos nascem os dois mandamentos – explicou Francisco
– que farão crescer a Igreja, se formos fiéis”.
Amor sem limites
O primeiro é o mandamento do amor: não somente “amar o próximo como a
si mesmo”, mas um passo a mais: “amar o próximo como eu os amei”.
Depois, o segundo novo mandamento, que nasce do lava-pés: “servir uns
aos outros”, lavar os pés uns aos outros, como eu os lavei. Dois novos
mandamentos e uma única advertência: “Podem servir, mas enviados
por mim. Não estão acima de mim.
Humildade simples e verdadeira
De facto, Jesus esclarece: o servo não está acima do seu senhor e o
mensageiro não é maior que aquele que o enviou”. Assim é a humildade
simples e verdadeira, não a humildade fingida.
A consciência de que Ele é maior do que todos nós, e nós somos
servos, e não podemos ultrapassar Jesus, não podemos usar Jesus. Ele é o
Senhor, não nós. Este é o testamento do Senhor. Ele dá-se a comer e
beber e diz-nos: amem-se assim. Lava os pés e acrescenta: sirvam assim, mas
estejam atentos, um servo jamais é maior que aquele que o enviou, do
senhor. São palavras e gestos contundentes: é o fundamento da Igreja. Se
formos avante com estas três coisas, nunca iremos errar.
Os mártires e os muitos santos, prosseguiu o Papa, foram avante assim: “com esta consciência de ser servos”.
Subordinação
E depois Jesus insere outra advertência: “Eu conheço aqueles que
escolhi” e diz: “Mas sei que um de vós me trairá”. Por isso, Francisco
conclui convidando a todos, num momento de silêncio, a deixarem-se olhar
pelo Senhor:
Amor até ao fim, finalizou o Papa, serviço, e “vamos usar uma palavra
um pouco militar, mas que é útil: subordinação, isto é, Ele é o maior,
eu sou servo, ninguém pode passar à sua frente”.
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