Papa Francisco celebrando na capela da Casa Santa Marta
(Vatican Media)
Na sua homilia, o Pontífice advertiu-nos a
não seguir Jesus por “interesse”, ou seja, pelos milagres que realiza, e
exortou a buscá-lo pela fé, para ouvir a sua Palavra.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta, na manhã desta segunda-feira (16/04).
Na sua homilia, o Pontífice advertiu-nos a não seguir Jesus por
“interesse”, ou seja, pelos milagres que realiza, e exortou a buscá-lo
pela fé, para ouvir a sua Palavra. Portanto, é necessário refrescar a
memória sobre o que o Senhor realizou na nossa vida a fim de responder
com amor.
Não procurar Jesus pelos milagres
O Papa inspirou-se no Evangelho de João, da liturgia de hoje, onde se
narra que depois da multiplicação dos pães e dos peixes, uma multidão
queria fazer de Jesus, rei e o procurou-o não apenas para ouvi-lo, mas por
“interesse”, porque fazia milagres.
Jesus, no entanto, retira-se, quando encontra a multidão, repreende-a: “Procurais-me não porque vistes sinais, mas porque
comestes pão e ficastes satisfeitos.”
O Papa observou dois aspetos: de um lado procuravam Jesus para
sentir como a sua Palavra “chega ao coração”, pela fé, de outro também
por interesse. Eram pessoas boas, mas com uma fé um pouco interesseira.
Jesus repreende a pouca fé e elogia quem se aproxima dele com fé.
Procurar o amor de Jesus
Um comportamento que transparece também na cura do possuído por
demónios na região dos gerasenos: quando as pessoas vêem que ele perdeu
os porcos, pensam que não as convém, que elas perdiam dinheiro e,
portanto, disseram-lhe para ir embora.
Outro comportamento é a cura dos dez leprosos: somente um volta para
agradecer enquanto os outros, depois da cura, esqueceram-se de Jesus.
Por isso, Jesus convida a trabalhar não pelo alimento que perece, mas
pelo que permanece para a vida eterna, isto é, pela “Palavra de Deus e o
amor de Deus”.
Exemplo de Estêvão
Há, porém, outro comportamento: o de Santo Estêvão que na Primeira
Leitura de hoje fala claro e as pessoas não conseguiam resistir à sua
sabedoria:
“Seguia Jesus sem equilibrar as consequências: isso me convém,
isso não me convém... não era interesseiro. Amava. E seguiu Jesus,
claro; e assim terminou. Eles tramaram contra ele a armadilha da
calúnia, eles o fizeram entrar ali e acabou apedrejado. Mas dando
testemunho de Jesus.”
Recordar o que Jesus fez na própria vida
Tanto a multidão do Evangelho quanto Estêvão seguem Jesus, mas
existem duas maneiras de fazer isso: doando a vida ou “com um pouco de
interesse pessoal”, ressaltou o Papa. O convite que faz a cada um é o de
perguntar a si mesmo como seguir Jesus. O seu conselho é o de
“refrescar a memória”, perguntando a si mesmo o que Jesus fez, não de
maneira genérica, mas concretamente, na própria vida:
“E encontraremos muitas coisas grandes que Jesus nos deu
gratuitamente, porque nos ama: cada um de nós. E quando eu vejo as
coisas que Jesus fez por mim, faço a mim a segunda pergunta: e eu, o que
devo fazer por Jesus? E assim, com estas duas perguntas, talvez
conseguiremos purificar-nos de toda forma de fé interesseira. Quando
vejo tudo aquilo que Jesus me deu, a generosidade do coração diz: “Sim,
Senhor, dou tudo! E não farei mais estes erros, estes pecados, mudarei
de vida...” O caminho da conversão por amor: desre-me muito amor e eu
também te dou este amor”.
Purificar a fé dos interesses
Por fim, o Papa reiterou a importância destas duas perguntas para purificar a fé:
“Este é um bom teste de como seguimos Jesus: por interesse ou não?
Refrescar a memória: as duas perguntas. O que Jesus fez por mim, na
minha vida, por amor? E vendo isso, o que tenho que fazer por Jesus,
como eu respondo a esse amor. E assim seremos capazes de purificar a
nossa fé de todo o interesse. Que o Senhor nos ajude neste caminho.”
VATICAN NEWS
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