26 maio, 2018

Papa "Centesimus Annus": construir uma cultura de inclusão

 
Membros Fundação Centesimus Annus Pro Pontifice  (Vatican Media)
 
O Papa exorta os membros da Fundação “Centesimus Annus, a perseverar no compromisso de construir uma cultura global de justiça económica, de igualdade e de inclusão.
 
Cidade do Vaticano
 
O Santo Padre concluiu as suas atividades, na manhã deste sábado (26/5), recebendo, na Sala Régia do Vaticano, cerca de 500 participantes da Conferência Internacional da Fundação “Centesimus Annus pro Pontifice”, que teve como tema: “Debate sobre as novas políticas e estilos de vida na era digital”.
 
A Conferência de três dias, que acaba de se concluir no Vaticano, sob a presidência do Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, contou com a participação especial do Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, que abordou o tema: “Uma agenda cristã comum pelo Bem Comum”.

A Fundação “Centesimus Annus”, recordamos, é uma Carta encíclica do Papa João Paulo II, promulgada a 1 de maio de 1991, por ocasião do centenário da Encíclica “Rerum Novarum”, daí o seu nome “Centesimus Annus”.

Importância de conhecer a Doutrina Social da Igreja

No seu discurso aos numerosos membros da Fundação, por ocasião dos seus 25 anos de atividades, o Papa Francisco falou sobre a importância de se conhecer a Doutrina Social da Igreja no âmbito dos negócios e setores económicos da sociedade civil:

As atuais dificuldades e crise no sistema económico precisam de uma inegável dimensão ética, pois são ligadas a uma mentalidade de egoísmo e exclusão, que geraram certa cultura de descarte, sobretudo entre os mais vulneráveis. É o que se nota com a crescente ‘globalização da indiferença’, que gera perante evidentes desafios morais, que a família humana deve enfrentar”.
 
Neste sentido, o Papa recorda, de modo especial, os multíplices obstáculos ao desenvolvimento humano integral, não apenas nos Países mais pobres, mas também cada vez mais no mundo opulento. Francisco lembra ainda as questões éticas urgentes, ligadas aos movimentos migratórios. Por isso, disse aos membros da Fundação:

Esta Fundação tem uma responsabilidade importante ao levar a luz da mensagem evangélica ao enfrentar as questões humanitárias urgentes e ao ajudar a Igreja a realizar este aspeto essencial da sua missão. Mediante um esforço constante, com os líderes da Economia, das Finanças e de outros setores sindicais públicos, vocês buscam assegurar, que a dimensão social intrínseca de toda atividade económica, seja adequadamente tutelada e efetivamente promovida”.

Novas políticas e novos estilos de vida

Noutras palavras, o Papa destacou que “a dimensão ética das relações sociais e económicas não pode ser importada do externo e imposta à vida e atividade social, que é um objetivo a longo prazo. Aqui, Francisco referiu-se ao tema da Conferência internacional deste ano: “Novas políticas e novos estilos de vida na era digital”. E explicou:

Um dos desafios, ligados a esta temática, é a ameaça enfrentada pelas famílias, por causa das escassas oportunidades de trabalho e da revolução da cultura digital. Este é um aspeto necessário que torna decisiva a solidariedade da Igreja. A vossa contribuição é expressão de uma atenção privilegiada da Igreja com o futuro dos jovens e das famílias. Esta atividade conta com a especial colaboração ecuménica, representada pelo Patriarca Bartolomeu, aqui presente”.
 
O Santo Padre concluiu o seu discurso destacando que, mediante a transmissão da riqueza da Doutrina Social da Igreja, os membros da Fundação “Centesimus Annus” buscam formar as consciências dos líderes, nos campos político, social e económico.

Por isso, encorajou-os a perseverar neste compromisso, que contribui para a construção de uma cultura global de justiça económica, de igualdade e de inclusão.

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 VATICAN NEWS

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