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Papa celebra a missa na Casa Santa Marta
(Vatican Media)
"Todos nós cristãos recebemos este dom: a abertura, o acesso ao coração de Jesus, à amizade de Jesus. Recebemos na sorte o dom da sua amizade. O nosso destino é ser seus amigos", disse Francisco na homilia na Casa Santa Marta.
Debora Donnini - Cidade do Vaticano
Recebemos como “destino” e não “casualmente” a amizade com Jesus e a nossa vocação é justamente permanecer amigos do Senhor. Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da Missa celebrada na manhã de segunda-feira (14/05) na Casa Santa Marta. A reflexão do Pontífice foi inspirada na Liturgia do dia, em que várias vezes aparece a palavra “sorte”.
Nosso destino é viver como amigos de Jesus
Nós recebemos este dom como destino, a amizade do Senhor, esta é a
nossa vocação: viver amigos do Senhor, amigos do Senhor. E o mesmo
receberam os apóstolos, mais forte ainda, mas o mesmo. Todos nós
cristãos recebemos este dom: a abertura, o acesso ao coração de Jesus, à
amizade de Jesus. Recebemos na sorte o dom da sua amizade. O nosso
destino é ser seus amigos. É um dom que o Senhor mantém sempre e Ele é
fiel a este dom.
Jesus não renega a sua amizade nem mesmo com quem trai
Muitas vezes, porém, nós não agimos como amigos e nos afastamos “com
os nossos pecados, com as nossas teimosias”, mas “Ele é fiel à amizade”.
Como recorda o Evangelho de hoje (Jo 15,9-17), Jesus não nos chama mais
“servos”, mas “amigos” e mantém esta palavra até ao fim porque é fiel.
Até mesmo com Judas: a última palavra que dirige a ele, antes da
traição, é “amigo”, não lhe diz “vai-te embora”:
Jesus é o nosso amigo. E Judas, como diz aqui, seguiu a sua nova
sorte, o seu destino que ele mesmo escolheu livremente, afastou-se de
Jesus. E a apostasia é isso: afastar-se de Jesus. Um amigo que se torna
inimigo ou um amigo que se torna indiferente ou um amigo que se torna
traidor.
Permanecer na amizade com Jesus
Como narra a Primeira Leitura (At 1,15-17.20-26), no lugar de Judas a
sorte caiu em Matias “para ser testemunha da Ressurreição”, “testemunha
deste dom de amor”. “O amigo – recordou o Papa – é quem partilha os
próprios segredos” com o outro. “Eu vos chamo amigos, porque vos dei a
conhecer tudo o que ouvi de meu Pai”, diz de facto Jesus no Evangelho.
Trata-se, portanto, de uma amizade que “recebemos como sorte, isto é,
como destino”, como a receberam Judas e Matias:
Pensemos nisto, Ele não renega este dom, não nos renega, espera por nós até ao fim. E quando nós pela nossa fraqueza nos afastamos Dele,
Ele espera, Ele espera, Ele continua a dizer: “Amigo, eu te espero. Amigo
o que queres? Amigo, por que me trais com um beijo?”. Ele é fiel na
amizade e nós devemos pedir-Lhe esta graça de permanecer no seu amor,
permanecer na sua amizade, aquela amizade que nós recebemos como dom na
sorte por Ele.
VATICAN NEWS
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