Papa celebra a missa na Casa Santa Marta
(Vatican Media)
Na capela da Casa Santa Marta, o Pontífice celebrou a missa comentando o trecho do Evangelho de João dedicado ao último diálogo entre o Senhor e Pedro.
Barbara Castelli – Cidade do Vaticano
“Amar, apascentar e preparar-se para a cruz”, mas sobretudo não cair
na tentação de “se intrometer na vida dos outros”. Na missa celebrada na
capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco traduz em comportamentos
concretos o “segue-me” que Jesus dirige aos seus discípulos. O ponto de
partida é o trecho do Evangelho de João, em que descreve o último
diálogo entre o Senhor e Pedro. Um colóquio repleto de recordações de
“Simão, filho de João”: desde que mudou o seu nome, passando por
momentos de fraqueza até o “canto do galo”. Um itinerário mental que o
Senhor quer para cada um de nós, para que “se faça memória do caminho
realizado” com Ele.
O primeiro passo no diálogo com o Senhor é o amor
Na homilia, o Pontífice recordou as três indicações que o Senhor
dirige a Pedro: “ama-me, apascenta e prepara-te”. Antes de tudo, o amor,
a gramática essencial para ser verdadeiros discípulos do Filho de Deus;
e, depois, apascentar, cuidar, porque a verdadeira identidade do pastor
é apascentar, “a identidade de um bispo, de um padre, é ser pastor”.
“‘Ama-me, apascenta e prepara-te. Ama-me mais do que os outros,
ama-me como puderes, mas ama-me. É o que o Senhor pede aos pastores e
também a todos nós. ‘Ama-me.’ O primeiro passo no diálogo com o Senhor é
o amor”.
A bússola de um pastor
O Papa recordou que quem abraça o Senhor está destinado ao
“martírio”, a “carregar a cruz”, a ser conduzido para onde não deseja.
Esta é a bússola que orienta o caminho do pastor.
“Preparar-se para as provações, a deixar tudo para que venha outro
e faça coisas diferentes. Prepare-se para esta aniquilação na vida. E o
levarão na estrada das humilhações, talvez para a estrada do martírio. E
aqueles que quando eras pastor te louvavam e falavam bem de ti,
agora falarão mal, porque o outro que vem, parece melhor. Prepare-te.
Prepare-te para a cruz quando te levarem para onde não queres.
‘Ama-me, apascenta e prepara-te’. Esta é a rota de um pastor, a
bússola”.
Não às alianças eclesiásticas
A última parte do diálogo permite a Francisco falar da última
tentação, tão comum: o desejo de se intrometer na vida dos outros, sem
se contentar a olhar para a própria vida.
“Coloca-te no seu lugar, não enfies o nariz na vida dos outros. O
pastor ama, apascenta e prepara-se para a cruz, para o despojamento e
não enfia o nariz na vida dos outros, não perde tempo em alianças, em
alianças eclesiásticas. Ama, apascenta e prepara-se e não cai na
tentação”.
VATICAN NEWS
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