Papa Francisco e Nossa Senhora Aparecida
A partir desta segunda-feira (21/05), a memória da Beata Virgem Maria Mãe da Igreja entra no calendário litúrgico.
Cidade do Vaticano
A partir desta segunda-feira (21/05), a memória da Beata Virgem Maria Mãe da Igreja entra no calendário litúrgico.
O Papa Francisco quis que essa data fosse celebrada na segunda-feira
depois de Pentecostes, segundo o decreto “Ecclesia Mater” da Congregação
para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, datado de 11 de
fevereiro deste ano, dia em que a Igreja recorda Nossa Senhora de
Lourdes.
Segundo o documento, o objetivo é “favorecer o crescimento do sentido
materno da Igreja nos pastores, nos religiosos e fiéis, como também a
genuína piedade mariana”.
A devoção do pontífice por Maria Mãe da Igreja não é nova, possui
raízes profundas e mostra um comportamento filial claro em relação à
Virgem.
Na casa da Mãe
Na sua viagem apostólica ao Brasil, para a Jornada Mundial da
Juventude, em julho de 2013, no Santuário Nacional de Nossa Aparecida, o
Papa Francisco disse que “a Igreja, quando busca Cristo, bate sempre na
casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos Jesus”. É de Maria que se aprende o
verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na
esteira de Maria.”
Modelo de fé da Igreja
Na audiência geral de 23 de outubro daquele ano, Francisco refletiu
sobre Maria como modelo de fé da Igreja “que tem como centro, Cristo,
encarnação do amor infinito de Deus”.
Ela quer trazer também a nós “a dádiva grandiosa que é Jesus; e com
Ele nos traz o seu amor, a sua paz e a sua alegria. Assim a Igreja é
como Maria: a Igreja não é uma loja, nem uma agência humanitária; a
Igreja não é uma ONG, mas é enviada a levar a todos, Cristo e o seu
Evangelho; ela não se leva a si mesma — seja ela pequena, grande, forte, ou
frágil, a Igreja leva Jesus.”
E insiste: “Se, por hipótese, uma vez acontecesse que a Igreja não
levasse Jesus, ela seria uma Igreja morta! A Igreja deve levar a
caridade de Jesus, o amor de Jesus.”
Duas mulheres mães
Na Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, a 1° de janeiro, o Papa
voltou ao nosso caminho de fé. Em 2014, ele especificou que esta
solenidade está “intrinsecamente ligada” a Maria “desde que Jesus,
morrendo na cruz, nos deu Maria como Mãe”. A partir daquele momento, “a
Mãe de Deus também se tornou nossa Mãe”.
Por sua vez, acrescentou a 28 de junho de 2014, saudando os jovens
da Diocese de Roma em busca de sua vocação, reunidos na Gruta de Lourdes
dos Jardins do Vaticano, “um cristão sem Nossa Senhora é órfão”, e a
Igreja também.
“Duas mulheres” indicam “mães que desatam os nós da nossa vida,
levando-os ao Senhor”, reiterou no Angelus do 1° de janeiro de 2016. Um
conceito que ele aprofundou na missa no adro do Santuário de Nossa
Senhora de Fátima, em Portugal, onde celebrou a missa de canonização
dos Beatos Francisco e Jacinta Marto, no centenário das aparições da
Bem-Aventurada Virgem Maria na Cova da Iria.
Imaculada Conceição
O segredo de Maria é “a Palavra de Deus”: no ano seguinte, no dia da
Imaculada Conceição, a 8 de dezembro, Francisco explicou como Maria
“tornou a sua vida linda”, “permanecendo com Deus, dialogando com Ele em
todas as circunstâncias”.
No habitual ato de veneração na Praça de Espanha, em Roma, Francisco
agradeceu a Nossa Senhora pelo acompanhamento constante no “caminho das
famílias, das paróquias, das comunidades religiosas” e também de quem
trabalha, “dos doentes, idosos, de todos os pobres, de tantos
imigrantes” provenientes de terras onde há “guerra e fome”.
No mesmo dia, a homenagem à Virgem da Medalha Milagrosa na Basílica
de Sant’Andrea delle Fratte, situada no centro de Roma. Antes, porém,
visitou o ícone de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”, na Basílica de
Santa Maria Maior.
O Papa Francisco retorna sempre à Basílica de Santa Maria Maior na
ocasião das suas viagens e não só: no final de janeiro deste ano, para o
traslado da imagem sagrada, ele explicou que “onde Nossa Senhora é de
casa o diabo não entra” e o “perturbamento não prevalece, o medo não
vence”. Porque Maria “é como Deus nos quer, como quer a sua Igreja: mãe,
terna, humilde, pobre de coisas e rica de amor, livre do pecado, unida a
Jesus, que - ressaltou alguns dias antes no Dia Mundial da Paz - guarda
Deus no coração e o próximo da vida”.
VATICAN NEWS
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