(RV) O Papa
recebeu neste dia 29 de Setembro, em audiência, o Embaixador da
República do Gana, Joseph Kojo Akudibillah, que lhe apresentou as
Cartas Credenciais. Recebeu uma hora depois, o Cardeal Jorge Liberato
Urosa Savino, arcebispo de Caracas, na Venezuela; seguido de D. Martin
Krebs, Núncio Apostólico na Nova Zelanda, Fiji, Ilhas Cook, Ilhas
Marshall, Kiribati, Nauru, Palau, Samoa, Estados Federados da
Micronésia, Vanuatu, Tonga e Delegado Apostólico no Oceano Pacífico.
Ao meio
dia recebeu na Sala Clementina uns sessenta participantes na Plenária
do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, por
ocasião da sua assembleia plenária.
O Papa exprimiu satisfação por poder reflectir com eles – disse –
sobre “a urgência que a Igreja sente, neste particular momento
histórico, de renovar os esforços e o entusiasmo na sua perene missão de
evangelização”. E agradeceu D. Rino Fisichella, Presidente desse
Pontifício Conselho, pelo empenho com que promete continuar a levar
adiante essa missão para fazer viver à comunidade eclesial os frutos do
Ano Jubilar da Misericórdia. Foi um ano de graça para a Igreja – afirmou
o Papa – e não podemos permitir que esse grande entusiasmo seja diluído
ou esquecido. O Povo de Deus sentiu fortemente o dom da misericórdia e
redescobriu o Sacramento da Reconciliação como expressão da bondade e
ternura ilimitada de Deus. “A Igreja tem, portanto, a grande
responsabilidade de continuar, sem parar, a ser instrumento de
misericórdia”.
O anúncio da misericórdia que se torna concreto e visível no estilo
de vida dos crentes é parte intrínseca do empenho de cada evangelizador –
prosseguiu Francisco, recomendando a não esquecer as palavras de São
Paulo: louvar a Deus que nos tornou fortes em Jesus Cristo e usou da
misericórdia para connosco. E fê-lo para que quem é chamado a
evangelizar seja também misericordioso para com os outros.
Detendo-se depois, propriamente sobre o tema da evangelização,
Bergoglio afirmou que é preciso ter sempre presente que pela sua
natureza a evangelização “pertence ao povo de Deus”. E a este respeito
sublinhou dois aspectos:
“O primeiro é o contributo que cada povo e as respectivas culturas
dão ao caminho do Povo de Deus”. De cada povo emerge uma riqueza que a
Igreja é chamada a reconhecer e a valorizar com vista na unidade de
“todo o género humanos” (…). As boas tradições (de cada povo) que
constituem essa riqueza “são autênticos dons que exprimem a variedade
infinita da acção criadora do Pai e que convergem na unidade da Igreja
para fazer crescer a necessária comunhão a fim de ser semente de
salvação, prelúdio de paz universal e lugar concreto de diálogo”.
Este ser “Povo evangelizador” – continuou o Papa entrando no segundo
aspecto da sua reflexão – faz tomar consciência de uma chamada que
transcende a disponibilidade pessoal de cada um, inserindo-se num “trama
complexo de relações interpessoais”. Isto permite viver “a profunda
unidade e humanidade da Comunidade dos crentes”; algo que assume
particular importância nesta época em que surge com força uma cultura
nova, fruto de tecnologias, uma cultura que fascina, mas que carece ao
mesmo tempo de uma verdadeira relação interpessoal e interesse pelo
outro.
O Papa enalteceu depois o grande conhecimento que a Igreja tem dos
povos e que a tornam capaz - como poucas outras organizações – de
valorizar aquele património cultural, moral e religioso que constitui a
identidade de gerações inteiras. E acrescentou que é, por isso,
“importante saber penetrar no coração da nossa gente, para descobrir
aquele sentido de Deus e de amor que dá confiança e esperança para olhar
para a frente com serenidade, não obstante as graves dificuldades e
pobreza que somos obrigados a viver devido à avidez de poucos”. Se
formos capazes de olhar em profundidade, “poderemos ainda encontrar o
genuíno desejo de Deus que torna inquieto os corações de tantas pessoas
caídas, sem querer, no báratro da indiferença que já não deixa saborear
a vida e construir serenamente o próprio futuro. A alegria da
evangelização pode chegar a elas e dar-lhes de novo a força para a
conversão”.
O Papa concluiu desejando aos membros do Pontifício Conselho para a
Nova Evangelização bom trabalho, de modo particular na preparação do
próximo Dia Mundial dos Pobres, agendado para 19 de Novembro. Mas antes
recordou-lhes que a “nova etapa da evangelização que somos chamados a
percorrer é certamente obra de toda a Igreja, “povo de Deus a caminho”.
Há que redescobrir este horizonte de sentido e de concreta praxe
pastoral a fim de favorecer o impulso para a própria evangelização, sem
esquecer o valor social que pertente à genuína promoção humana
integral.”
(DA)
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