(RV) “Compaixão”, “aproximar-se” e “restituir”.
Durante a Missa, na manhã desta terça-feira (19/09), na Casa Santa
Marta, o Papa Francisco pediu ao Senhor que nos dê “a graça” de ter
compaixão “perante tanta gente que sofre”, de nos aproximarmos e
levarmos estas pessoas “pela mão” ao lugar de “dignidade que Deus quer
para elas”.
Inspirando-se no Evangelho do dia, dedicado à narração da
ressurreição
do filho da viúva de Naim por obra de Jesus, o Pontífice
explicou que no Antigo Testamento os “mais pobres dos escravos” eram
justamente as viúvas, os órfãos, os estrangeiros e os forasteiros. E o
convite é para cuidar deles, de modo que se insiram “na sociedade”.
Jesus, que tem a capacidade de “olhar o detalhe”, porque “olha com o
coração”, tem compaixão:
“A compaixão é um sentimento envolvente, é um sentimento do coração,
das vísceras, envolve tudo. Não é o mesmo que a “pena” ou … “que dó,
pobre gente!”: não, não é a mesma coisa. A compaixão envolve. É “padecer
com”. Isso é a compaixão. O Senhor se envolve com uma viúva e com um
órfão.... Mas diga, há uma multidão aqui, por que não fala para a
multidão? Deixe … a vida é assim … são tragédias que acontecem,
acontecem.... Não. Para Ele, era mais importante aquela viúva e aquele
órfão morto do que a multidão para a qual Ele estava falando e que o
seguia. Por que? Porque o seu coração, as suas vísceras se envolveram. O
Senhor, com a sua compaixão, se envolveu neste caso. Teve compaixão”.
A compaixão, portanto, impulsiona “a aproximar-se”, observou o Papa: podem-se ver muitas coisas, mas não se aproximar delas:
“Aproximar-se e tocar a realidade. Não olhá-la de longe. Teve
compaixão – primeira palavra – se aproximou – segunda palavra. Depois
fez o milagre e Jesus não disse: ‘Até logo, eu continuo o caminho’: não.
Pegou o rapaz e o que fez? ‘O devolveu para sua mãe’: devolver, a
terceira palavra. Jesus faz milagres para restituir, para colocar as
pessoas no próprio lugar. E foi o que fez com a redenção. Teve compaixão
– Deus teve compaixão – se aproximou de nós no seu Filho, e restituiu a
todos nós a dignidade de filhos de Deus. Ele recriou todos nós”.
A exortação é de “fazer o mesmo”, seguir o exemplo de Cristo,
aproximar-se dos necessitados, não ajudá-los “de longe, porque há
aqueles que estão sujos”, não tomam banho”, “têm mau cheiro”.
“Muitas vezes vemos os jornais ou a primeira página dos jornais, as
tragédias... mas olhe, as crianças naquele país não têm o que comer;
naquele país, as crianças são soldados; naquele país as mulheres são
escravizadas; naquele país ... oh, que calamidade! Pobre gente ... Viro a
página e passo ao romance, para a telenovela que vem depois. E isso não
é cristão. E a pergunta que eu faria agora, olhando para todos, também
para mim: “Eu sou capaz de ter compaixão? De rezar? Quando eu vejo essas
coisas, que me trazem a casa, através dos media ... as vísceras se
movem? O coração sofre com essas pessoas, ou sinto pena, digo “pobre
gente”, e assim ... “. E se você não pode ter compaixão, peça a graça:
‘Senhor, dá-me a graça da compaixão’”!
Com a “oração de intercessão”, com o nosso “trabalho” de cristãos -
devemos ser capazes de ajudar as pessoas que sofrem, para que “retornem à
sociedade”, à “vida familiar”, de trabalho; em síntese: à “vida
quotidiana”. (BS-BF-SP)
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