RV) “No nosso caminho comum, graças à benevolência do Altíssimo, estamos atravessando um fecundo momento de diálogo”.
Com
estas palavras o Papa Francisco iniciou o seu pronunciamento aos
Representantes da Conferência dos Rabinos Europeus, do Conselho Rabínico
da América e da Comissão do Grão Rabinato de Israel em diálogo com a
Comissão para as Relações religiosas com o Judaísmo da Santa Sé,
recebidos em audiência na manhã desta quinta-feira na Sala dos Papas, no
Vaticano.
O Pontífice recebeu da delegação o documento “Entre Jerusalém e Roma”
– elaborado pela Comissão – “um texto – observou - que tributa
particulares reconhecimentos à Declaração Nostra Aetate, que no seu quarto capítulo constitui para nós a “carta magna” do diálogo com o mundo judaico”.
“Nostra Aetate – recordou o Papa – esclarece que o início da
fé cristã encontra-se já, segundo o mistério divino da salvação, nos
Patriarcas, em Moisés e nos Profetas e que, sendo grande o patrimônio
espiritual que temos em comum, deve ser promovida entre nós o mútuo
conhecimento e estima, sobretudo por meio dos estudos bíblicos e
colóquios fraternos”.
“No decorrer dos últimos anos pudemos nos aproximar, dialogando de
modo eficaz e frutuoso; aprofundamos o nosso conhecimento recíproco e
intensificamos os nossos vínculos de amizade”.
O Pontífice observa que o documento “Entre Jerusalém e Roma” não
esconde as diferenças teológicas das respectivas tradições de fé, mas
exprime o firme desejo de colaborar “de forma mais estreita hoje e no
futuro”:
“O vosso documento dirige-se aos católicos chamando-os de “parceiros,
estreitos aliados, amigos e irmãos na busca comum de um mundo melhor
que possa desfrutar da paz, justiça social e segurança”.
Francisco ressalta ainda que o documento reconhece que católicos e
judeus compartilham crenças comuns e que as religiões devem utilizar o
comportamento moral e educação religiosa – não a guerra, a coerção ou a
pressão social – para exercer a própria capacidade de influenciar e de
inspirar”. É tão importante isto!”, exclama o Papa.
Ao concluir, o Santo Padre expressa seu melhores votos por ocasião do
Ano Novo judaico - que será celebrado dentro de poucas semanas – com o
“Shanah towah!” e invoca “com os presentes e sobre todos nós”, “a
bênção do Altíssimo sobre o caminho comum de amizade e de confiança que
nos espera”, pedindo que “o Altíssimo conceda a nós e ao mundo inteiro a
sua paz. Shalom alechem!”.
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