Medellín (RV) – Após celebrar a missa no Aeroporto Enrique Herrera e almoçar no Seminário conciliar de Medellín, o Papa Francisco se dirigiu ao Lar San José, uma casa-família administrada pela diocese para crianças vítimas de violência e abandono. O instituto oferece assistência médica e psicológica e formação escolar para que superem as dificuldades e os traumas sofridos.
A Casa faz parte da Fundação criada pela Companhia de Jesus
na Espanha em 1941, após o conflito armado naquele país, para ajudar
órfãos de guerra e se alastrou a outros países da América Latina.
O Papa foi recebido por uma centena de crianças,
duas das quais lhe ofereceram flores e o acompanharam até o pátio
central, aonde o Pontífice as depôs, aos pés da estátua de São José.
Depois de ouvir as palavras do Diretor da Fundação e o testemunho da
menina Cláudia Yesenia, e assistir a uma breve apresentação de cantos, o
Papa fez o seu discurso.
Francisco refletiu sobre o sofrimento injusto de tantos
meninos e meninas em todo o mundo que foram e continuam a ser vítimas
inocentes da maldade de alguns e disse:
“Também o Menino Jesus foi vítima do ódio e da perseguição; também
Ele teve que fugir com a sua família, deixar a sua terra e a sua casa
para escapar da morte. Ver as crianças sofrer faz doer a alma, porque as
crianças são os prediletos de Jesus. Não podemos aceitar que sejam
maltratadas, que sejam privadas do direito de viver a sua infância com
serenidade e alegria, que lhes seja negado um futuro de esperança”.
Consolando-as, o Papa assegurou que “Jesus não abandona
ninguém que sofre, e muito menos os meninos e meninas, que são os seus
preferidos”.
“Esta casa – prosseguiu – é uma prova do amor que Jesus tem por vocês
e de seu desejo de estar muito perto de vocês. Esta casa é um Lar e
aqui existe o calor deuma família, vocês são amados, protegidos,
aceitos, cuidados e acompanhados”.
O Papa lembrou, irmãos e irmãs, religiosos e leigos, que neste e nos
outros Lares acolhem e cuidam de crianças que desde pequenas
experimentaram o sofrimento e a amargura, duas realidades que
nunca devem faltar, porque fazem parte da identidade cristã: o amor que
sabe ver Jesus presente nos mais pequeninos e frágeis, e o dever sagrado
de levar as crianças a Jesus.
“Que Jesus e Maria, juntamente com São José, os acompanhem e protejam, os encham de ternura, alegria e fortaleza”, disse, por fim, comprometendo-se a rezar
para que, neste ambiente de carinho familiar, cresçam em amor, paz e
felicidade, podendo assim ir curando as feridas do corpo e do coração
Antes de deixar a Instituição, Francisco deixou como lembrança uma
escultura da Sagrada Família realizada artesanalmente em madeira,
entalhada com uma manufatura de tradição secular.
(cm)
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