(RV) Quase 500 membros da Guarda Indígena da Colômbia e mil representantes de
mais de cem povos ancestrais do país receberam o Papa Francisco com um
“caminho de honra” na esplanada de Catama, em Villavicencio, nesta
sexta-feira (8). O Pontífice presidiu a missa campal no local. O
coordenador nacional da Guarda, Luis Alfredo Acosta, descreveu essa
recepção como “um caminho de resistência, de harmonia, de encontro entre
espiritualidades: a espiritualidade cristã e os povos indígenas”.
Essa organização indígena é composta exclusivamente por membros de
povos autóctones que exercem a sua autoridade em seus territórios,
muitos deles, duramente afetados pelo conflito. Não usam armas, mas
“bastões de poder”, decorados com ornamentos da sua cultura tradicional
e, com eles, fazem valer a sua palavra.
Com esses bastões, muito venerados e que ninguém toca, exceto os
mesmos guardas, eles criaram uma espécie de caminho de honra para a
passagem do Papa Francisco, antes da missa campal. Uma maneira de
compartilhar com a Igreja católica um ato ecumênico tão importante para
esses povos.
Segundo a agência de notícias EFE, a Guarda Indígena nomeou Francisco
como “guardião milenar da terra”, durante aquele que foi considerado um
“encontro para a vida, para a resistência”, disse Acosta. Ao dar esse
título, acrescentou ele, também foi entregue um dos bastões ao
Pontífice.
O líder indígena assegurou que a ocasião também serviu para “perdoar”
por todos os danos que considera que a Igreja teria causado, em mais um
ato de reconciliação registrado durante a viagem do Papa Francisco à
Colômbia: “para os povos indígenas, perdoar é ter harmonia, é a água que
corre, é voltar ao ventre da nossa mãe, não portar armas e, por isso,
entregar o bastão da paz”, finalizou o coordenador da Guarda Indígena da
Colômbia. (AC/EFE)
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