(RV) O Papa começou a semana celebrando a missa na
capela da Casa Santa Marta (25/09). Na sua homilia, Francisco comentou a
Primeira Leitura, que narra o momento no qual o povo de Israel é
libertado do exílio: “o Senhor – destacou o Pontífice – visitou o seu
povo e o conduziu de volta a Jerusalém”. A palavra “visita”, explicou, é
“importante” na história da salvação, porque “toda libertação, toda
ação de redenção de Deus é uma visita”:
“Quando o Senhor nos visita nos dá a alegria, isto é, nos leva a um
estado de consolação. Este dar alegria… Sim, semearam nas lágrimas, mas
agora o Senhor nos consola e nos dá esta consolação espiritual. E a
consolação acontece não só naquele tempo, é um estado na vida espiritual
de todo cristão. Toda a Bíblia nos ensina isso”.
O Papa exortou a “esperar”, portanto, a visita de Deus “a cada um de
nós”. Existem “momentos mais fracos” e “momentos mais fortes”, mas o
Senhor “nos faz sentir a sua presença” sempre, com a consolação
espiritual, enchendo-nos “de alegria”.
Neste sentido, esperar este evento com a virtude “mais humilde de
todas”: a esperança, que “é sempre pequena”, mas “tantas vezes é forte
quando está escondida como as brasas sob as cinzas”.
Assim, o cristão vive “em tensão” pelo encontro com Deus, pela consolação “que dá este encontro com o Senhor”.
Se um cristão não está em tensão por tal encontro é – acrescenta o
Papa – um cristão “fechado”, “meio que no depósito da vida”, sem saber
“o que fazer”.
O convite, então, é para “reconhecer” a consolação, “porque existem
falsos profetas que parecem nos consolar, mas pelo contrário, nos
enganam”. Esta não é “uma alegria que se pode comparar”:
“A consolação do Senhor toca dentro e te move, faz aumentar em ti a
caridade, a fé, a esperança e também te leva a chorar pelos [teus]
próprios pecados. E também quando olhamos para Jesus e para a Paixão de
Jesus, chorar com Jesus. E também te eleva a alma para as coisas do Céu,
para as coisas de Deus e também, acalma a alma na paz do Senhor. Esta é
a verdadeira consolação. Não é uma diversão – a diversão não é uma
coisa má quando é boa, somos humanos, devemos tê-la -, mas a consolação
te envolve e justamente a presença de Deus se sente e se reconhece: este
é o Senhor”.
O Papa recorda de agradecer - com a oração - o Senhor “que passa”
para nos visitar, para nos ajudar a “a ir para frente, para esperar,
para carregar a Cruz”. Enfim, pede para conservar a consolação recebida:
“É verdade, a consolação é forte e não se conserva assim forte - é um
momento - mas deixa seus traços. E conservar esses traços, e conservar
com a memória; conservar como o povo conservou esta libertação.
Retornamos a Jerusalém porque Ele nos libertou de lá. Esperar a
consolação, reconhecer a consolação e conservar a consolação. E quando
esse momento forte passa o que permanece? A paz. E a paz é o último
nível da consolação”. (BS-BF-JE-SP)
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