(RV) Neste domingo a Igreja celebra o Dia Mundial
do Migrante e do Refugiado, sobre o tema "Migrantes menores, vulneráveis
e sem voz". Na sua mensagem para esta ocasião, o Papa Francisco convida
a comunidade cristã e toda a sociedade civil, a oferecer respostas para
o drama de milhões de crianças e meninos, muitas vezes não acompanhados
no fluxo global das migrações, e que fogem da guerra, a violência, a
pobreza e as catástrofes naturais.
Fala com muita clareza Jesus: "Quem acolhe um sós destes pequenos em
meu nome, acolhe a Mim", e também acrescenta: "Quem escandalizar um
destes pequeninos que acreditam em mim, é melhor ... que seja lançado no
fundo do mar". Palavras de advertência, sublinha Francisco, para "gente
sem escrúpulos", que explora meninas e meninos "envolvidos na
prostituição ou tomados nos ciclos da pornografia, feitos escravos do
trabalho infantil ou alistados como soldados, envolvidos no tráfico de
drogas e outras formas de delinquência, forçados a fugir de conflitos e
perseguições, correndo o risco de se encontrarem sozinhos e
abandonados. "Por isso faço questão, escreve o Papa, "de chamar a
atenção para a realidade dos migrantes menores, especialmente aqueles
que se encontram sozinhos, exortando todos a cuidar das crianças que são
três vezes mais indefesas, porque menores, porque estrangeiras e porque
inermes quando, por várias razões, são forçadas a viver longe da sua
terra de origem e separadas doa afectos da família”.
Como responder a esta realidade? "Focalizar na protecção, na
integração e em soluções duradouras", sugere Francisco. Antes de tudo
proteger, intervindo "com maior rigor e eficácia" contra os
"aproveitadores" para parar "as múltiplas formas de escravidão das quais
são vítimas os menores". Em seguida, intensificar a colaboração entre
os migrantes e as comunidades que os acolhem, criando "redes capazes de
assegurar intervenções rápidas e capilares”.
Para a integração são indispensáveis "recursos financeiros" para
"adequadas políticas de acolhimento, assistência e inclusão". "Em vez de
favorecer a inserção" dos menores migrantes ou "programas de devolução
segura e assistida", denuncia o Papa, impede-se o seu ingresso,
favorecendo a utilização de redes ilegais, ou se devolvem ao País de
origem, sem assegurar-se de que isso é do seu interesse. "O direito dos
Estados de gerir os fluxos migratórios e salvaguardar o bem comum
nacional deve-se conjugar - reitera Francisco - com o dever de resolver e
regularizar a posição dos migrantes menores, no pleno respeito pela sua
dignidade”.
Soluções duradouras, indica a Mensagem, requerem "que se enfrentem
nos Países de origem as causas que provocam as migrações". Isto exige,
"o empenho de toda a comunidade internacional para resolver os conflitos
e a violência que obrigam as pessoas a fugir" e "programas apropriados
para as áreas afectadas por mais graves injustiças e instabilidade, de
modo que a todos seja garantido o acesso ao desenvolvimento autêntico,
que promova o bem das crianças e meninos, esperanças da humanidade". Por
fim, um encorajamento do Papa aos que caminham ao lado de crianças e
adolescentes nas vias da emigração: "Eles precisam da vossa preciosa
ajuda, e também a Igreja precisa de vós e vos apoia no generoso serviço
que prestais”. (BS)
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