(RV) Nesta
quarta-feira, 18 de Janeiro, o Papa realizou, como habitualmente, a sua
catequese semanal, na Aula Paulo VI, falando da esperança cristã.
Francisco comentou o texto bíblico do Génesis sobre o episódio em que
o Senhor envia o profeta Jonas a Nínive para converter os habitantes
daquela grande cidade israelita que eram pagãos. Mas Jonas – disse o
Papa - era uma figura um pouco anómala e perante esse pedido para ir
para uma periferia hostil a Jerusalém, foge como quem em vez de ir para o
Iraque (onde se encontra hoje Nínive) vai para Espanha. E durante a
travessia do mar, há uma grande tempestade. Os marinheiros pagãos,
põem-se, então, cada um, a rezar o seu próprio deus. E Jonas que estava
na estiva a dormir, é acordado pelo capitão que lhe pergunta porque
dormia em vez de rezar o seu deus para os salvar.
Perante o perigo, todos põem-se a rezar - retoma o Papa, mostrando
como situações como esta, em que a nossa vida é ameada, levam-nos a
descobrir a oração, a esperança de salvação, a esperança no Deus da
vida. A esperança torna-se oração.
“Muitas vezes, desdenhamos com facilidade o dirigir-se a Deus
como se fosse só uma oração interessada, e por isso imperfeita. Mas
Deus conhece a nossa fraqueza, sabe que nos recordamos d’Ele para pedir
ajuda, e com o sorriso indulgente de um pai, Deus responde com
benevolência”.
Jonas acaba por assumir as suas responsabilidades – frisa o Papa - e
atira-se ao mar para salvar os seus companheiros; deste modo a
tempestade aplaca-se. A morte iminente que levou os pagãos à oração,
fê-lo descobrir a sua vocação ao serviço dos outros, aceitando
sacrificar-se por eles, e leva os sobreviventes a reconhecer o
verdadeiro Deus; o único Senhor do céu e da terra.
A partir daí, os habitantes de Nínive, perante as ameaças de serem
destruídos, rezam sempre, levados pela esperança no perdão de Deus. E
acabam por se converter todos, a começar pelo rei que, como o capitão da
nau, dá voz à esperança de que Deus não os deixará perecer. Ter
enfrentado a morte e ter-se salvo, levou-os à verdade. A “irmã morte”,
disse o Papa - citando São Francisco - de forma surpreendente, torna-se
numa ocasião para conhecer a esperança e para encontrar o Senhor…
“Que o Senhor nos faça compreender isto, a ligação entre a
oração e a esperança. A oração te leva para a frente na esperança e
quando as coisas se tornam escuras… mais oração!. E haverá mais
esperança”.
Depois o Santo Padre saudou os peregrinos de diversas línguas, entre os quais os de língua portuguesa:
“Com sentimentos de grata estima, vos saúdo, caríssimos
peregrinos de língua portuguesa, em particular a vós, jovens do grupo
«The Brazilian Tropical Violins», lembrando a todos que hoje tem início o
Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos, um motivo mais de apelo à
nossa comunhão de preces e de esperanças. O movimento ecuménico vai
frutificando, com a graça de Deus. O Pai do Céu continue a derramar as
suas bênçãos sobre os passos de todos os seus filhos. Irmãs e irmãos
muito amados, servi a causa da unidade e da paz!”
(DA)
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