(RV) Vencer a mentalidade egoísta dos doutores da
lei, que condena sempre – advertiu o Papa Francisco durante a Missa na
manhã desta sexta-feira (20/01), na Casa Santa Marta.
Inspirando-se na Primeira Leitura, extraída da Carta aos Hebreus, o
Papa destacou que a nova aliança que Deus faz connosco em Jesus Cristo
nos renova o coração e nos muda a mentalidade.
Deus renova tudo “na raiz, não somente na aparência”, disse o Papa,
afirmando que esta nova aliança tem as suas características. A primeira:
“a lei do Senhor não é um modo de agir externo”, entra no coração e
“nos muda a mentalidade”. Na nova aliança, afirmou, “há uma mudança de
mentalidade, há uma mudança de coração, uma mudança no sentir, no modo
de agir”, “um modo diferente de ver as coisas”.
Superar e mentalidade egoísta
Francisco cita como exemplo uma obra à qual um arquitecto pode olhar
com frieza, com inveja ou, pelo contrário, com uma atitude de alegria e
“benevolência”:
“A nova aliança nos muda o coração e nos faz ver a lei do Senhor com
este novo coração, com esta nova mente. Pensemos nos doutores da lei que
perseguiam Jesus. Eles faziam tudo, tudo o que estava prescrito pela
lei, tinham o direito em mãos, tudo, tudo, tudo. Mas a sua mentalidade
era uma mentalidade distante de Deus. Era uma mentalidade egoísta,
centrada sobre si mesmos: o coração deles era um coração que condenava,
sempre condenando. A nova aliança nos muda o coração e nos muda a mente.
Há uma mudança de mentalidade”.
Deus perdoa os nossos pecados, a nova aliança muda a nossa vida
O Senhor, acrescentou o Papa, vai avante e nos garante que perdoará
as iniquidades e não se recordará mais dos nossos pecados. Às vezes,
comentou, “gosto de pensar, brincando um pouco com Deus: “O Senhor não
tem boa memória”... É a fraqueza de Deus, explicou, que, quando perdoa,
esquece:
“Ele esquece porque perdoa. Diante de um coração arrependido, ele
perdoa e esquece: ‘Eu esquecerei e não lembrarei dos seus pecados’. Este
também é um convite a não levar o Senhor a lembrar dos pecados, ou
seja, não pecar mais. O Senhor me perdoou, esqueceu, mas eu tenho uma
dívida com o Senhor... mudança de vida. A Nova Aliança me renova e me
faz mudar de vida; não mudar apenas a mentalidade e o coração, mas a
vida. Logo, viver sem pecado, distante do pecado. Eis a verdadeira
recriação do Senhor”.
Enfim, o Papa voltou a atenção ao terceiro ponto, a “mudança de
pertença”. “Nós pertencemos a Deus, os outros deuses não existem”, “são
loucuras”.
O Senhor muda o nosso coração para mudar a nossa mentalidade
“Mudança de mentalidade, mudança de coração, mudança de vida e
mudança de pertença”. “Esta é a recriação que o Senhor faz melhor que a
primeira criação”. “Peçamos ao Senhor para ir adiante nesta aliança de
ser fiéis”, disse o Papa acrescentando:
“O sigilo desta aliança, desta fidelidade. Ser fiel a este trabalho
que o Senhor faz para mudar a nossa mentalidade, mudar o nosso coração.
Os profetas diziam: ‘O Senhor transformará o seu coração de pedra em
coração de carne’. Mudar o coração, mudar a vida, não pecar mais ou não
fazer o Senhor se lembrar do que já tinha se esquecido em relação aos
nossos pecados de hoje e mudar de pertença: nunca pertencer à
mundanidade, ao espírito do mundo, às coisas efémeras do mundo, mas
somente ao Senhor”.
(BS/BF/MT/MJ)
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