(RV) Há 72 anos, exactamente em 27 de janeiro de
1945, as tropas do Exército Vermelho entraram no campo de concentração e
extermínio de Auschwitz no sul da Polónia, libertando os poucos
prisioneiros sobreviventes ao nazismo e mostrando ao mundo o horror mais
atroz da humanidade. É por isso que, desde o ano 2000, na Itália com
exposições, filmes, cerimónias e histórias se quer recordar o Dia da
Memória, com a esperança de que o que aconteceu não se repita mais.
“Vocês que vivem em segurança em suas casas,
Vocês que encontram, voltando a casa à noite, comida quente e rostos
amigáveis, considerem se este é um homem ... “ Palavras de Primo Levi um
italiano sobrevivente dos campos de concentração.
Havia muito pouco que fizesse pensar a seres humanos, para além dos
portões de Auschwitz. Esqueletos marcados por números, mulheres,
crianças, homens quase completamente nus, com fome, petrificados pelo
medo. No final dos anos 30 e 45, na Europa foram deportados e mortos
cerca de 6 milhões de judeus e com eles também ciganos, deficientes,
homossexuais, opositores políticos, testemunhas de Jeová: todas as
categorias indesejadas. Um projecto de eliminação em massa criado pela
confluência de vários factores, explica Claudio Procaccia, director do
Departamento de Cultura Judaica de Roma:
“Digamos, o anti judaísmo histórico, as novas teorias racistas, mas
também fenómenos de carácter social e cultural mais amplos,
antropológico, ou seja, o aparecimento das massas na cena política
internacional, então o medo do outro no plano psicológico, teoria
científicas erradas, a crise económica e a ideia - portanto - do judeu
que é visto como aquele que é contra, por definição, porque não
reconhece a autoridade”. (BS/SP)
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