(LS) Ao meio
dia, na sua reflexão antes da oração mariana do Ângelus, o Papa
deteve-se sobre a festa que hoje celebramos: o Baptismo do Senhor no Rio
Jordão, pelo profeta João Baptista. No meio da multidão desejosa de
receber o baptismo estava também Jesus – disse o Papa, baseando-se no
Evangelho de São Mateus. João Baptista que tinha, no entanto,
consciência da grande distância que havia entre ele e Jesus disse-lhe:
“Sou eu que preciso de ser baptizado por ti”. Mas Jesus – continuou o
Papa – veio precisamente para colmatar as distâncias entre o homem e
Deus. Está tanto da parte de Deus como do homem e une o que estava
dividido. É por isso que pede para ser baptizado por João Baptista: para
que se realize o projecto do Pai que passa pela obediência e pela
solidariedade com o homem frágil e pecador, a via da humildade e da
plena proximidade de Deus aos seus filhos.
E quando Jesus saia das águas do Rio Jordão, a voz de Deus fez-se
sentir do alto, declarando-O seu Filho amado e, ao mesmo tempo, o
Espírito Santo, em forma de pomba, pousou-se sobre Jesus, que deu
publicamente início à sua missão de salvação. Missão caracterizada pelo
estilo de servo humilde e manso, dotado só da força da verdade – frisou
Francisco, indicando o modelo de Cristo come estilo missionário:
“Eis o estilo missionário dos discípulos de Cristo: anunciar o
Evangelho com mansidão e firmeza, sem arrogância nem imposição. A
verdadeira missão não é nunca proselitismo, mas sim atracção a Cristo, a
partir da forte união com Ele na oração, na adoração e na caridade
concreta, que é serviço a Jesus presente no mais pequeno dos irmãos.
Imitando Jesus, pastor bom e misericordioso, e animados pela sua graça,
somos chamados a fazer da nossa vida um testemunho alegre que ilumina o
caminho, que leva esperança e amor”.
E o Papa concluiu exprimindo o desejo de que esta festa do Baptismo
do Senhor nos ajude a descobrir o dom e a beleza de ser um povo de
baptizados, isto é de pecadores salvos pela graça de Cristo. E pediu a
Nossa Senhora para que nos ajude a todos nós cristãos a ter uma
consciência sempre viva e grata pelo Baptismo que recebemos e a
percorrer, com fidelidade, o caminho iniciado por este Sacramento do
nosso renascimento.
Depois da oração mariana do Ângelus, o Papa recordou as 28 crianças
que acabava de baptizar (e um jovem catecúmeno que baptizou sábado à
tarde), e pediu orações para elas e para a suas famílias, orações que
estendeu também a outros pais:
“E gostaria de estender a minha oração a todos os pais que
neste período estão a preparar-se para o Baptismo dos seus filhos, ou
acabam de o celebrar. Invoco o Espírito Santo sobre eles e as suas
crianças, a fim de que este Sacramento, tão simples e ao mesmo tempo tão
importante, seja vivido com e com alegria.”
Francisco convidou também a “unir-se à Rede Mundial da oração do
Papa”, que difunde, através das redes sociais, as intenções de oração
que o Pontífice propõe mensalmente a toda a Igreja. Deste modo – disse –
“se leva avante o apostolado de oração e se faz crescer a comunhão” .
O Papa convidou também a não ficar indiferentes perante os sem-abrigo
que, de modo particular, nestes dias de frio intenso, precisam da nossa
ajuda:
“Nestes dias de tanto frio, penso e vos convido a pensar em
todas as pessoas que vivem na rua, atingidas pela frio e, muitas vezes,
pela indiferença. Infelizmente, alguns não sobreviveram. Rezemos por
elas e peçamos ao Senhor para nos aquecer o coração a fim de os podermos
ajudar.”
Por fim, saudando de modo particular um grupo de jovens de Cagliari
(ilha da Sardenha) que estão a preparar-se para o Crisma, aproveitou
para sublinhar que o Sacramento da Confirmação ou Crisma não é apenas um
ponto de chegada, mas também e sobretudo de partida na vida cristã.
“Avante com a alegria do Evangelho”, rematou.
E pedindo, como sempre orações para ele, despediu-se desejando bom domingo e bom almoço.
(DA)
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