(RV) Domingo,
13 de novembro: Jubileu das pessoas sem-abrigo e em situação de pobreza
e precariedade. Na Basílica de S. Pedro, Francisco denunciou a
esclerose espiritual que se concentra no produzir e não nas pessoas a
amar.
“…nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação” –
partindo destas palavras do profeta Malaquias o Papa no início da sua
homilia colocou algumas questões: onde procuro a minha segurança? No
Senhor ou noutras seguranças que desgostam a Deus? Para onde está
direcionada a minha vida? Está dirigida ao Senhor da vida ou para coisas
que passam e não saciam?
“Questões semelhantes a estas aparecem na passagem evangélica deste domingo” – referiu o Papa: “Jesus
encontra-se em Jerusalém, para a última e mais importante página da sua
vida terrena: a sua morte e ressurreição. As pessoas estavam a falar
das belezas exteriores do templo, quando Jesus lhes disse «Dias virão em
que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo
será destruído».
“Perante estas afirmações de Jesus, as pessoas colocaram perguntas ao Mestre” – disse o Santo Padre: «Quando acontecerão estas coisas e qual será o sinal?». Somos sempre levados pela curiosidade – disse o Papa – uma curiosidade da qual não gosta Jesus, pois quem o segue “não dá ouvidos aos profetas da desventura, à vaidade dos horóscopos”, assim como, aos “pregadores apocalípticos”.
Segundo Francisco Jesus convida-nos a não termos medo perante as dificuldades e as mudanças de cada época, nem sequer perante “as provas mais graves e injustas que acontecem aos seus discípulos”.
Jesus pede-nos de “perseverar no bem e de pôr plena confiança em Deus”
porque há duas riquezas que não desaparecem nunca” e que têm verdadeiro
“valor na vida”: “o Senhor e o próximo”. Em particular, o Papa falou das
“pessoas concretas”, pessoas excluídas:
“A pessoa humana, colocada por Deus no cume do criado, é
muitas vezes descartada, porque são preferidas as coisas que passam. E
isto é inaceitável, porque o homem é o bem mais precioso aos olhos de
Deus. E é grave que se habituem a este descarte”.
Neste Jubileu dos excluídos, das pessoas sem-abrigo e em situação de
precariedade, Francisco denunciou que não olhar o excluído é “virar a
face a Deus”. Uma “esclerose espiritual” – afirmou:
“ É um sintoma de esclerose espiritual quando o interesse se
concentra nas coisas a produzir, e não nas pessoas a amar. Assim, nasce a
trágica contradição dos nossos tempos: quanto mais aumentam o progresso
e as possibilidades, o que é um bem, tanto mais são aqueles que não lhe
podem aceder.”
O Papa recordou que neste domingo se encerram as Portas da
Misericórdia nas Catedrais e nos Santuários de todo o mundo e pediu para
não fecharmos “os olhos perante Deus que nos olha e perante o próximo
que nos interpela”, o “irmão excluído” para quem deve ser direcionada a
nossa atenção deixando para trás “interesses”, “privilégios” e “poder” –
sublinhou Francisco no final da sua homilia.
(RS)
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