(RV) Às
11,45 horas de Roma, o Papa Francisco recebeu em audiência na Sala
Clementina do Vaticano, os 70 participantes à Plenária do Pontifício
Conselho para a promoção da Unidade Cristã, aos quais no seu breve
discurso, Francisco salientou que “a unidade dos cristãos è uma
exigência essencial da nossa fé, uma exigência que brota do íntimo do
nosso ser crente em Jesus Cristo”. E que por isso mesmo, “invocamos
unidade, porque invocamos Cristo. Queremos viver a unidade porque
queremos seguir a Cristo, viver o seu amor, gozar do mistério do seu ser
um só com o Pai” que no fundo è a “essência do amor divino”.
Em virtude desta realidade, salientou ainda o papa, è preciso ter bem
presente que “não basta estarmos de acordo na compreensão do Evangelho,
mas è necessário que todos nós, crentes, sejamos unidos a Cristo e em
Cristo”. E’, por conseguinte, acrescentou o Santo Padre, “ a nossa
conversão pessoal e comunitária, a nossa gradual conformação” aos seus
desígnios e a “Ele, o nosso viver sempre radicados n’Ele que nos permite
de crescer na comunhão entre nós. Esta, vincou, è a alma que sustenta
também as secções de estudo e todo qualquer outro tipo de esforço levado
a cabo neste sentido para se chegar a ter pontos de vista mais
próximos”.
Tendo bem presente tudo isso, disse ainda Francisco, é possível
desmascarar alguns falsos modelos de comunhão que na verdade não levam à
comunhão ma a contradizem na sua verdadeira essência. Antes de mais è
preciso saber que “ a unidade não è fruto dos nossos esforços humanos ou
o produto da diplomacia eclesiástica, mas è um dom que vem do alto. Nós
homens, não estamos à altura de praticar sozinhos a unidade, nem
podemos decidir as formas e os tempos”.
Qual è então a nossa tarefa em tudo isso, questionou Francisco? O que
è que devemos fazer nós para promovermos a unidade dos cristãos? Nossa
tarefa, responde o Papa, è o de acolher este dom que nos veio do alto e
torná-lo visível à todos. Isto significa compreender que a unidade antes
de ser uma meta è um percurso, um caminho com as suas tabelas de
marcha, os seus ritmos, os seus abrandamentos e as suas acelerações como
também as suas pausas, os seus bloqueios. Por isso, a unidade como
caminho requer então paciência, tenacidade, fadiga e empenho; saber que
ele não anula os conflitos e nem cancela os contrastes, antes, as vezes
até pode expor à novos riscos de incompreensões.
Neste sentido sublinhou o Santo Padre, a unidade só pode ser acolhida
por quem decide de colocar-se em caminho rumo à uma meta que hoje
poderia aparecer longe de qualquer possível realização. Todavia, quem
percorre este caminho è confortado pela experiência contínua de uma
comunhão alegremente prevista, mesmo se ainda não plenamente conseguida,
todas as vezes que se abandona a presunção e se reconhece todas as
necessidades do amor de Deus.
Ora, <>?
Em segundo lugar, sublinhou ainda Francisco, a unidade não è
uniformidade. Isto significa compreender que as diferentes tradições
teológicas, litúrgicas, espirituais e canónicas que se desenvolveram no
mundo cristão, no arco dos tempos, são genuinamente radicados na
tradição apostólica e são por isso mesmo uma riqueza e não uma ameaça
para a unidade da Igreja. Procurar suprimir esta diversidade è portanto
agir contra o Espírito Santo que age por sua vez enriquecendo a
comunidade dos crentes com uma variedade dos dons. A tarefa do
ecumenismo è por isso respeitar as legítimas diversidades e levá-las a
superar as divergências inconciliáveis com a unidade que Deus nos pede. A
persistência destas divergências não nos deve portanto paralisar, mas
pelo contrário, empurrar-nos a procurar juntos a melhor forma de
enfrentar com sucesso tais obstáculos.
Finalmente, disse Francisco, a unidade não è atrair tudo para si,
pois o ecumenismo è verdadeiro quando se è capaz de deslocar a própria
atenção, das próprias argumentações e formulações, para se encaminhar
rumo a palavra de Deus que exige de ser escutada, acolhida e
testemunhada no mundo. Enfim a unidade dos cristãos não è um ecumenismo
“em retromarcha ”, pelo que alguém deveria renegar a própria história de
fé”, concluiu dizendo o Santo Padre, agradecendo vivamente os presentes
pelo seu empenho e assegurando-lhes, ao mesmo tempo, a sua oração e
bênção apostólica.
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