(RV) As pessoas não perdoam um sacerdote apegado
ao dinheiro, que o Senhor nos dê a graça da pobreza cristã: foi o que
disse o Papa durante a Missa na Casa Santa Marta nesta sexta-feira,
(18/11). Concelebraram com Francisco os secretários dos Núncios
apostólicos, presentes no Vaticano para o seu Jubileu.
No Evangelho do dia, Jesus expulsa os mercantes do Templo que
transformaram a casa de Deus, um lugar de oração, num “covil de
ladrões”. “O Senhor – explicou o Papa – nos faz entender onde está a
semente do anticristo, a semente do inimigo, a semente que estraga o seu
Reino”: o apego ao dinheiro. “O coração apegado ao dinheiro é um
coração idolatra”. Jesus diz que não se pode servir dois senhores, dois
patrões”, Deus e o dinheiro. O dinheiro – afirmou o Papa - é “o
anti-Senhor”. Mas nós podemos escolher:
“O Senhor Deus, a casa do Senhor Deus, que é casa de oração, de
encontro com o Senhor, com o Deus do amor. E o senhor-dinheiro, que
entra na casa de Deus, sempre tenta entrar. E essas pessoas que trocavam
moedas ou vendiam coisas, mas, alugavam aqueles lugares, eh?: aos
sacerdotes … alugavam para os sacerdotes, depois entrava o dinheiro.
Este é o senhor que pode arruinar a nossa vida e pode nos conduzir a
acabar com a nossa vida, sem felicidade, sem a alegria de servir o
verdadeiro Senhor, que é o único capaz de nos dar a verdadeira alegria”.
”É uma escolha pessoal” – afirmou o Papa, que perguntou: “Como é a
atitude de vocês em relação ao dinheiro? São apegados ao dinheiro?”:
Percepção
"O Povo de Deus, que tem uma grande percepção de aceitar como em
louvar e condenar - porque o Povo de Deus tem a capacidade de condenar
-, perdoa as tantas fraquezas e pecados dos sacerdotes. Porém, não pode
perdoar dois: o apego ao dinheiro, quando o vê interessado apegado ao
dinheiro: isso ele não perdoa; e o maltrato aos fiéis: isto o Povo de
Deus não suporta e não perdoa. Outras coisas, outras fraquezas, outros
pecados não lhe estão bem, mas pobre homem é solitário... enfim, busca
justificá-lo. Mas, a condenação não é tão forte e definitiva: o Povo de
Deus é capaz de entender tudo isso. O estado de poder que o dinheiro tem
pode levar um sacerdote a ser dono de uma empresa ou ser um príncipe e
assim por diante...".
O Papa recordou os ídolos que Raquel, mulher de Jacó, mantinha escondidos:
"É triste ver um sacerdote que chega ao fim da sua vida, quando está
em agonia ou em coma, e seus familiares estão ao seu lado como abutres,
aguardando para ver o que lhes sobra. Procurem fazer um favor ao Senhor,
como um verdadeiro exame de consciência: “Senhor, vós sois o meu
Senhor”! Como Raquel, eliminemos os nossos deuses ocultos no coração, o
ídolo do dinheiro”.
Assim, o Papa convidou todos a serem corajosos, a fazer escolhas.
Façam escolhas justas! Que tenham o dinheiro suficiente, que faz um
trabalhador honesto; fazer as devidas economias como um trabalhador
honesto. Mas, é inadmissível a idolatria, os interesses pessoais. Que o
Senhor dê a todos nós a graça da pobreza cristã".
"Que o Senhor - concluiu o Papa – nos dê a graça da verdadeira
pobreza de um trabalhador, que labuta e ganha o necessário e nada mais”.
(BS/BF)
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