(RV) – Às 15h30min, horas
de Roma, desta sexta-feira, o Papa deixou a Casa Santa Marta para ir até
‘Ponte di Nona’, bairro periférico na zona leste de Roma, onde num
apartamento encontrou 7 famílias, todas elas formadas por jovens que
deixaram o sacerdócio no decorrer dos últimos anos.
Com este gesto o Santo Padre deseja oferecer um sinal de proximidade e
de afecto por estes jovens que realizaram uma escolha muitas vezes não
compartilhada pelos seus irmãos sacerdotes e familiares.
Depois de diversos anos dedicados ao ministério sacerdotal realizado
nas paróquias, factores como a solidão, a incompreensão, o cansaço pelo
grande compromisso de responsabilidade pastoral, colocaram em crise a
escolha inicial pelo sacerdócio.
Seguiram-se meses e anos de incerteza e dúvidas, que os levaram a
considerar como equivocada a escolha pelo sacerdócio. Assim, deixaram o
sacerdócio para formar uma família.
O Papa Francisco decidiu assim dar uma atenção a esta realidade,
naquela que foi a última visita “Sexta-feira da Misericórdia”, antes de
concluir o Ano Jubilar, encontrando quatro jovens da Diocese de Roma,
que foram párocos em diversas paróquias da cidade; um de Madrid e outro
da América Latina, todos residentes em Roma, enquanto o último é
proveniente da Sicília, sul da Itália.
A entrada do Papa no apartamento foi marcada por grande entusiasmo:
as crianças cercaram o Pontífice para abraçá-lo, enquanto os pais não
conseguiram conter a emoção.
A presença de Francisco – muito apreciada por todos – não foi vista
como um juízo do Papa pela escolha feita, mas sim uma demonstração de
proximidade e afecto.
O tempo passou rapidamente. O Pontífice ouviu as suas histórias e
seguiu com atenção as considerações que eram feitas a respeito do
desenrolar dos procedimentos jurídicos em cada caso.
A sua palavra paterna demonstrou amizade e interesse por cada caso,
tranquilizando a todos. Deste modo, mais uma vez, Francisco quis dar um
sinal de misericórdia a quem vive uma situação de desconforto espiritual
e material, evidenciando a exigência de que ninguém se sinta privado do
amor e da solidariedade dos Pastores.
A visita desta sexta-feira conclui as “Sextas-feiras da Misericórdia” vividas pelo Papa durante o Jubileu.
Em Janeiro, Francisco visitou uma Casa de Repouso para idosos e uma para doentes em estado terminal em Torre Spacata.
Em Fevereiro, uma comunidade para tóxico dependentes em Castel
Gandolfo. Em Março, na Quinta-feira Santa, o Centro de Acolhimento para
Refugiados (CARA) de Castelnuovo di Porto.
Em Abril, a visita aos refugiados e migrantes na Ilha grega de
Lesbos. Em Maio, a comunidade do “Chicco”, para pessoas portadoras de
necessidades especiais em Ciampino.
Em Junho, duas comunidades romanas para sacerdotes idosos e
sofredores. Em Julho, durante a viagem à Polónia, o Papa realizou a sua
“Sexta-feira da Misericórdia” com a oração silenciosa em
Auschwitz-Birkenau, a visita às crianças doentes no Hospital Pediátrico
de Cracóvia e a Via Sacra com os participantes da JMJ, onde estavam
presentes os jovens iraquianos, sírios e provenientes de outras zonas de
conflitos.
Em Agosto, o Santo Padre visitou uma estrutura romana da “Comunidade
Papa João XXIII” que acolhe mulheres libertadas da escravidão da
prostituição, enquanto em Setembro visitou o Sector Neonatal e um
Hospício para doentes terminais em Roma.
Por fim, em Outubro, o Santo Padre visitou o “Villaggio SOS”, uma
casa de família de Roma que acolhe crianças com problemas pessoais,
familiares e sociais. (JE)
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