(RV) A fé cristã não é uma teoria ou uma
filosofia, mas é o encontro com Jesus. Foi o que destacou o Papa
celebrando a Missa na capela da Casa Santa Marta na segunda-feira
(28/11), no início do Tempo do Advento.
Na sua homilia, o Pontífice observou que neste período do Ano, a
Liturgia nos propõe inúmeros encontros de Jesus: com a sua Mãe no
ventre, com São João Batista, com os pastores, com os Magos. Tudo isso
nos diz que o Advento é “um tempo para caminhar e ir ao encontro com o
Senhor, isto é, um tempo para não ficar parado”.
Oração, caridade e louvor: assim encontraremos o Senhor
Eis então que devemos nos perguntar como podemos ir ao encontro de
Jesus. “Quais são as atitudes que devo ter para encontrar o Senhor? Como
devo preparar o meu coração para encontrar o Senhor?”, questionou o
Papa.
“Na oração do início da Missa, a Liturgia nos fala de três atitudes:
vigilantes na oração, operosos na caridade e exultantes no louvor. Ou
seja, devo rezar com vigilância; devo ser operoso na caridade – a
caridade fraterna: não somente dar esmola, não; mas também tolerar as
pessoas que me incomodam, tolerar em casa as crianças quando fazem muito
barulho, ou o marido ou a mulher quando estão em dificuldade, ou a
sogra... não sei .. mas tolerar: tolerar … Sempre a caridade, mas
operosa. E também a alegria de louvar o Senhor: ‘Exultantes na alegria’.
Assim devemos viver este caminho, esta vontade de encontrar o Senhor.
Para encontrá-lo bem. Não ficar parados. E encontraremos o Senhor”.
Porém, acrescentou o Papa, “ ali haverá uma surpresa, porque Ele é o
Senhor das surpresas”. Também o Senhor “não está parado”. Eu, afirmou
Francisco, “estou em caminho para encontrá-Lo e ele está em caminho para
me encontrar. E quando nos encontramos, vemos que a grande surpresa é
que Ele está me procurando antes que eu comece a procurá-lo”.
O Senhor sempre nos precede no encontro
“Esta é a grande surpresa do encontro com o Senhor. Ele nos procurou
por primeiro. É sempre o primeiro. Ele percorre o seu caminho para nos
encontrar”. Foi o que aconteceu com o Centurião:
“O Senhor vai sempre além, vai primeiro. Nós fazemos um passo e Ele
faz dez. Sempre. A abundância de sua graça, de seu amor, de sua ternura
não se cansa de nos procurar, também, às vezes, com coisas pequenas:
Pensamos que encontrar o Senhor seja algo magnífico, como aquele homem
da Síria, Naamã, que tinha hanseníase: E não é simples. Ele também teve
uma surpresa grande da maneira de Deus agir. O nosso é o Deus das
surpresas, o Deus que está à procura de nós, nos espera, e nos pede
somente o pequeno passo da boa vontade.”
Devemos ter a “vontade de encontrá-lo”. Depois, Ele “nos ajuda”. “O
Senhor nos acompanhará durante a nossa vida”, disse o Papa. Muitas
vezes, irá nos ver distanciar Dele, e nos esperará como o Pai do Filho
Pródigo.
A fé não é saber tudo sobre dogmática, mas encontrar Jesus
“Muitas vezes”, acrescentou o pontífice, “verá que queremos nos
aproximar e sairá ao nosso encontro. É o encontro com o Senhor: isto é
importante! O encontro. “Sempre me impressionou o que o Papa Bento XVI
disse: que a fé não é uma teoria, uma filosofia, uma ideia: é um
encontro. Um encontro com Jesus”. Caso contrário, “se você não encontrou
a sua misericórdia pode até rezar o Credo de cor, mas não ter fé”:
“Os doutores da lei sabiam tudo, tudo sobre a dogmática daquele
tempo, tudo sobre a moral daquele tempo, tudo. Não tinham fé, porque o
seu coração tinha se distanciado de Deus. Distanciar-se ou ter o desejo
de ir ao encontro. Esta é a graça que nós hoje pedimos. Ó Deus, nosso
Pai, suscita em nós a vontade de ir ao encontro de Cristo, com as boas
obras. Ir ao encontro de Jesus. Por isso, recordamos a graça que pedimos
na oração, com a vigilância na oração, operosos na caridade e
exultantes no louvor. Assim, encontraremos o Senhor e teremos uma linda
surpresa.”
(BS/BF/MJ)
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