(RV) Termina
nesta quarta-feira dia 28 de setembro em Roma o “Simpósio sobre o papel
da mulher na Igreja” – organizado pela Congregação para a Doutrina da
Fé, no Instituto de Estudos Superiores sobre a Mulher (ISSD) do Ateneu
Regina Apostolorum. D. Luis Ladaria Ferrer, Secretário deste dicastério
prestou declarações à Rádio Vaticano a este propósito:
R. – “Este simpósio nasce do desejo do Santo Padre de aprofundar o
estudo sobre as mulheres na Igreja, de modo que o papel das mulheres
seja cada vez mais valorizado. A primeira coisa que é preciso dizer é
que as palestras nesta conferência na sua grande maioria são feitas por
mulheres: portanto, aqui há uma presença feminina também do ponto de
vista teológico. Os temas principais são os fundamentos teológicos da
vocação da mulher na vida da Igreja, a mulher na Escritura, a mulher na
História da Igreja, em seguida, a Revolução Cultural – em certo sentido –
que estamos vivendo, a perspetiva filosófica e teológica da diferença
sexual, a presença feminina nas esferas institucionais da Igreja, os
grandes temas - a Igreja Sacramento e esposa e mãe, com todas as
implicações para as mulheres. São grandes temas que serão tratados por
uma ou duas conferencistas. Não teremos apenas uma visão de cada um
desses temas, mas sempre uma variedade de pontos de vista.”
P. – Qual a necessidade de se reunir para debater este tema?
R. - Foi uma iniciativa do Santo Padre, por que as mulheres são, pelo
menos a metade dos cristãos e têm direito a ter voz; na Igreja Católica
o ministério ordenado é reservado aos homens, mas há um papel da mulher
que deve ser cada vez mais valorizado. Então, essa é a razão.
P. - O Santo Padre falou da necessidade de uma profunda teologia da mulher: quais poderiam ser as bases para construí-la?
R. - Bem, isso é o que tentamos fazer neste simpósio: portanto, os
fundamentos teológicos, como foi na história, como foi valorizada ou não
valorizada a mulher na história, ver um pouco o passado para ir aos
desafios do presente.
P. - O Santo Padre disse aos bispos brasileiros: “Não devemos reduzir
o compromisso das mulheres na Igreja, mas sim promover o seu papel
ativo na comunidade eclesial”. Como promovê-lo?
R. - Sempre com iniciativas pastorais, e com um pouco de imaginação,
sabendo que o mundo muda e que também nós devemos mudar, e a Igreja deve
encontrar maneiras de se tornar cada vez mais presente, em todas as
esferas, e aqui, a presença da mulher pode ser decisiva.
P. - Como mudou ao longo do tempo o papel das mulheres na Igreja?
R. - Eu falo da minha experiência como professor de uma faculdade de
teologia: em todas as faculdades de teologia hoje há mulheres; cinquenta
anos atrás isso não existia... É claro que em outros campos as mulheres
sempre estiveram muito presentes. Pensemos na área da saúde, na
educação: aqui sempre estiveram muito presentes. Mas agora elas também
estão presentes neste lugar de reflexão teológica e não é uma questão
secundária.
(RS)
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