(RV) No
Uganda o Papa Francisco teve um encontro com as autoridades e o Corpo
Diplomático. No seu discurso Francisco disse que objectivo da visita era
comemorar os 50 anos da canonização dos Mártires do Uganda e também
como sinal de amizade, estima e encorajamento para todos.
Os Mártires ugandenses, disse em
seguida Francisco, tanto católicos como anglicanos, são verdadeiros
heróis nacionais que deram a vida por Deus e pelo próprio País:
“Lembram-nos a importância que a fé, a
rectidão moral e o serviço ao bem comum desempenharam e continuam a
desempenhar na vida cultural, económica e política do país. Recordam-nos
também que, apesar das nossas crenças religiosas e convicções
diferentes, somos todos chamados a procurar a verdade, a trabalhar pela
justiça e a reconciliação, e a respeitar-nos, proteger-nos e ajudar-nos
uns aos outros como membros da única família humana”.
Estes ideais, sublinhou ainda
Francisco, são pedidos particularmente a homens e mulheres como vós que
tendes o dever de assegurar com critérios de transparência um bom
governo, um desenvolvimento humano integral, uma ampla participação na
vida pública da nação e também uma sábia e justa distribuição dos
recursos que o Criador derramou tão abundantemente sobre estas terras.
Um outro objectivo da visita ao
Uganda é chamar a atenção para a África no seu todo, para a promessa que
representa, as suas esperanças, as suas lutas e as suas conquistas. “O
mundo olha para a África como o continente da esperança”, disse ainda
Francisco, e o Uganda foi abençoado por Deus com abundantes recursos
naturais que os ugandenses devem administrar como guardiões
responsáveis. E acrescentou:
Mas a nação foi abençoada sobretudo
no seu povo: através das suas famílias sólidas, da sua juventude e dos
seus idosos. Anseio pelo meu encontro de amanhã com os jovens, a quem
dirigirei palavras de encorajamento e estímulo. Como é importante que
lhes sejam oferecidas a esperança, a oportunidade de receber uma
instrução adequada e um trabalho remunerado e sobretudo a oportunidade
de participar plenamente na vida da sociedade!”
E Francisco falou também dos idosos,
memória viva de cada povo. A sua sabedoria e experiência – sublinhou o
Santo Padre - deveriam ser sempre valorizadas como uma bússola capaz de
permitir que a sociedade encontre a orientação certa para enfrentar os
desafios do presente com integridade, sabedoria e clarividência.
Por fim, o Papa manifestou o desejo
de encorajar, com a sua presença no Uganda, os muitos e silenciosos
esforços realizados no País para dar assistência aos pobres, os doentes e
às pessoas em dificuldade, de modo particolar os refugiados:
“Aqui na África Oriental, o Uganda
demostrou um empenhamento excepcional na recepção dos refugiados,
permitindo-lhes reconstruir as suas vidas em segurança e experimentar a
dignidade que provém de ganhar a própria subsistência com um trabalho
honesto. O nosso mundo, imerso em guerras, violência e várias formas de
injustiça, é testemunha dum movimento migratório de povos sem
precedentes. O modo como enfrentamos este fenómeno é um teste da nossa
humanidade, do nosso respeito pela dignidade humana e, acima de tudo, da
nossa solidariedade para com os irmãos e irmãs necessitados”.
Deste modo, finaliza o Papa, a visita
será um forte sinal de solidariedade num mundo caracterizado pela
globalização da «cultura do descarte», que nos torna cegos aos valores
espirituais, endurece os nossos corações à vista das necessidades dos
pobres e priva os jovens da esperança.
O Papa concluiu com a esperança e oração para todo o amado povo do
Uganda para que esteja sempre à altura dos valores que moldaram a alma
da nação. E sobre todos invocou a abundância das bênçãos do Senhor:
Mungu awubariki! (Deus vos abençoe!).
(BS)
Sem comentários:
Enviar um comentário