(RV) Neste
sábado dia 21 de novembro o Papa Francisco recebeu na Sala Paulo VI os
milhares de participantes no Congresso Mundial promovido pela
Congregação para a Educação Católica. O Santo Padre respondeu a
perguntas tendo sublinhado a ideia de uma educação que seja inclusiva e
aberta.
Da África à Terra Santa, da Índia aos bairros pobres de Nápoles –
foram muitos os testemunhos apresentados ao Papa Francisco, que foi
tomando apontamentos e respondendo às várias questões que foram sendo
levantadas. Sublinhamos aqui uma importante referência do Santo Padre à
educação cristã, declarando que deve evitar o proselitismo:
“Educar cristãmente não é apenas fazer uma catequese: isso é uma
parte. Não é fazer proselitismo! Nunca façais proselitismo nas escolas!
Nunca! Educar cristãmente é levar em frente os jovens e as crianças nos
valores humanos em toda a realidade. E uma dessas realidades é a
transcendência”.
Precisamente sobre a transcendência o Papa Francisco concretizou que
existe um certo fechamento, nos dias de hoje, para esta dimensão do
transcendente, fechamento que impede uma educação humana “com horizontes
abertos”.
Ao mesmo tempo, o Santo Padre lamentou a educação seletiva e elitista
que em vez de aproximar os povos afasta-os. O Papa afirmou que este
entendimento da educação “afasta os ricos dos pobres, uma cultura de
outra”.
Finalmente, o Papa Francisco falou sobre a educação informal,
sublinhando que a educação formal apresenta uma linguagem técnica e
intelectualista, sendo necessário, segundo o Santo Padre, abrir para uma
prática educativa que tenha em conta estímulos como a arte e o
desporto, por exemplo. E tudo isto para que o ensino seja cada vez mais
inclusivo não deixando ninguém de fora, abrindo-se a “novos horizontes e
a novos modelos”. O Papa recordou a linguagem da cabeça, do coração e
das mãos:
“Ensinar a pensar, ajudar a sentir bem e acompanhar no fazer, ou
seja, que as três linguagens estejam em harmonia; que a criança pense
aquilo que sente e que faz, sinta aquilo que pensa e que faz e faça
aquilo que pensa e sente. E, assim, a educação torna-se inclusiva porque
todos têm um lugar.”
O Papa Francisco falou ainda na necessidade de ir às periferias
acompanhando os alunos em crescimento, evitando a criação de “muros” de
cultura “seletiva”.
Na conclusão da audiência o Santo Padre deu como ‘trabalho de casa’
aos educadores presentes repensarem as obras de misericórdia na
educação, lançando uma questão: “como posso fazer para que este Amor do
Pai, que é especialmente ressaltado neste Ano da Misericórdia, chegue às
nossas obras educativas?”
(RS)
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