(RV) O Papa recebeu hoje ao meio dia na Sala Régia do Vaticano os cerca de 550 participantes na XXX Conferência Internacional promovida anualmente pelo Conselho Pontifício para os Operadores da Saúde, desta vez sobre o tema: “A Cultura da Saúde e do Acolhimento ao serviço do Homem e do Planeta”.
O encontro têm lugar no Vaticano a partir de hoje até ao 21 e
coincide, este ano, com o vigésimo aniversário da publicação da
Encíclica “Evangelium Vitae” do Papa João Paulo II. A este propósito,
Francisco recordou que o respeito e o amor pela vida encontram uma
actuação insubstituível no cuidado e no fazer-se próximo dos que sofrem
no corpo e no espírito: acções que caracterizam, aliás, a pastoral da
saúde. Atitudes e acções que a Igreja porá, de modo especial em acto,
durante o Jubileu da Misericórdia, disse o Papa fazendo notar que
Evangelium Vitae dá-nos os elementos constitutivos da “cultura da
saúde” ou seja acolhimento, compaixão, compreensão, perdão. Estas eram
as atitudes habituais de Jesus perante a multidão de todos os tipos de
necessitados e são também aquilo que a encíclica define de “exigências
positivas” do mandamento da inviolabilidade da vida e que ainda hoje
devem caracterizar a pastoral da saúde – disse o Papa Francisco.
O Papa deteve-se depois sobre o significado de “fazer-se próximo do
outro”, ou seja ultrapassar todas as barreiras de nacionalidade, classe
social, religião, precisamente como ensina o bom samaritano. Ultrapassar
a cultura do aceitar ou recusar o ser humano com base em critérios de
utilidade social e económico. Algo que o Papa compara com a chamada
“medicina dos desejos”, o hábito de procurar a todo o custo a perfeição
física, na ilusão da juventude eterna. Isto leva a descartar quem não é
considerado “eficiente” – disse.
Fazer-se próximo, continuou o Papa , citando a sua encíclica “Laudato
Si”, comporta também assumir responsabilidades inadiáveis em relação à
Criação, à “casa comum”. A Igreja deseja que todos sejam educados a
“proteger” e a “Administrar” a Criação no seu conjunto. Esta conversão
do coração ao “Evangelho da Criação” requer que sejamos interpretes do
grito pela dignidade humana que vem dos mais pobres, doentes, dos que
sofrem e que na eminência do Jubileu, este grito possa transformar-se em
gestos concretos de misericórdia.
O Papa terminou exprimindo o desejo de que ao longo dos debates e
aprofundamentos destes três dias, sejam levados em consideração os
aspectos ambientais nas suas relações com a saúde física, psíquica,
espiritual e social da pessoa humana e se possa assim contribuir para a
um novo desenvolvimento da cultura da saúde em sentido integral.
(DA)
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