(RV) Depois de um intenso dia de actividades, o
Papa Francisco terminou o seu segundo dia no Uganda encontrando o clero,
religiosos e seminaristas. O Papa manifestou-se feliz por este
encontro, também por se realizar na véspera do Advento, tempo que
convida a olhar para um novo começo, e tempo em que iniciará o Ano do
Jubilar extraordinário da Misericórdia.
A propósito do Jubileu, o Papa
fez-lhes duas perguntas sobre a sua identidade e missão: quem sois vós e
a que mais sois chamados a fazer na vivência da vossa vocação?
Certamente sois homens e mulheres cujas vidas foram moldadas por um
encontro pessoal com Jesus Cristo, disse Francisco, para O seguirdes, de
coração indiviso, ao serviço do seu povo santo. E Francisco convidou-os
a continuar a herança de tantas testemunhas (fiéis leigos, catequistas,
sacerdotes e religiosos) que deixaram tudo, e outros até a própria
vida, para seguir Jesus:
“Na vossa vida gasta tanto no
ministério sacerdotal como na consagração religiosa, sois chamados a
continuar esta grande herança, sobretudo através de actos simples de
serviço humilde. Jesus quer servir-Se de vós para continuar a tocar os
corações de cada vez mais pessoas: quer servir-Se da vossa boca para
proclamar a sua palavra de salvação, dos vossos braços para abraçar os
pobres que Ele ama, das vossas mãos para construir comunidades de
autênticos discípulos-missionários. Oxalá nunca esqueçamos que o nosso
«sim» a Jesus é um «sim» ao seu povo”.
As nossas portas, portanto, e as
portas das nossas igrejas e dos nossos corações devem permanecer sempre
abertas ao povo de Deus, sublinhou Francisco que exortou os religiosos a
fazer algo mais, a percorrer mais uma milha no caminho da vivência da
vocação. E o Papa dirigiu uma súplica para o povo do Burundi:
“Rezo, antes de mais nada, pelo amado
povo do Burundi, para que o Senhor suscite nas Autoridade e em toda a
sociedade sentimentos e propósitos de diálogo e colaboração, de
reconciliação e paz”.
E Francisco reiterou que o nosso
dever é acompanhar os que sofrem e deixar que a força sanadora de Deus
passe por nós, e deixarmos que a sua misericórdia nos purifique para
podermos levar a mesma misericórdia aos outros, sobretudo aos que se
encontram nas periferias geográficas e existenciais.
O Papa falou em seguida da África
como continente da esperança. A Igreja nestas terras, disse, é abençoada
com a abundância de vocações religiosas e encorajou aos seminaristas e
noviços presentes reafirmando que a vocação de Deus é uma fonte de
alegria e um apelo a servir, e convidando-os a anunciar o Evangelho com
integridade de vida e convicção. E concluiu dizendo:
“Na verdade, deixarei a África com
grande esperança na colheita que a graça de Deus está a preparar no
vosso meio! Peço a cada um de vós para rezar por uma abundante efusão de
zelo apostólico, por uma jubilosa perseverança na vocação que
recebestes, e sobretudo pelo dom dum coração puro sempre aberto às
necessidades de todos os nossos irmãos e irmãs”.
E a todos o Papa prometeu recordar na oração e pediu para que rezem por ele.
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