(RV) Quarta-feira,
dia 18 de novembro – audiência geral com o Papa Francisco na Praça de
S. Pedro. Tema da catequese: no limiar do Jubileu da Misericórdia.
O Santo Padre declarou que diante de nós, está a grande porta da
Misericórdia de Deus, que acolhe o nosso arrependimento e nos oferece a
graça do perdão. Do recente Sínodo dos Bispos, veio um grande
encorajamento para todas as famílias e a Igreja inteira se encontrarem
no limiar desta porta aberta – afirmou o Papa que formulou um
encorajamento concreto a todos os fiéis:
“Cada um de nós tem dentro de si coisas que pesam… Todos somos
pecadores! Aproveitemos deste momento que vem e passemos o limiar desta
misericórdia de Deus que nunca se cansa de perdoar, nunca se cansa de
esperar-nos! Olha-nos, está sempre ao nosso lado. Coragem! Entremos por
esta porta!”
O Papa Francisco afirmou que existem lugares no mundo onde nunca se
fecham as portas à chave, mas há tantos outros onde se tornou normal ter
as portas blindadas.
A este propósito, o Santo Padre frisou que “o Jubileu significa a
grande porta da Misericórdia de Deus mas também as pequenas portas das
nossas igrejas abertas para deixar entrar o Senhor ou tantas vezes
deixar sair o Senhor, prisioneiro das nossas estruturas e do nosso
egoísmo”.
“Uma Igreja sem hospitalidade, assim como uma família fechada em si
mesma, mortifica o Evangelho e desertifica o mundo. Nada de portas
blindadas na Igreja! Tudo aberto!” – afirmou o Papa Francisco.
É a “gestão simbólica das portas“ – continuou o Santo Padre – a
gestão simbólica das “passagens” e das “fronteiras” que se tornou num
assunto crucial. Uma Igreja inospitaleira, tal como uma família fechada
em si mesma, atraiçoa o Evangelho e desertifica o mundo – declarou o
Papa que afirmou que os cristãos são os guardiões e os servos da Porta
de Deus que é Jesus. Se o guardião ouve a voz de Jesus, então abre e faz
entrar as ovelhas todas que Ele traz, incluindo as que se extraviaram
nos bosques e que o bom Pastor procurou até encontrar e trouxe aos
ombros para o redil. Não é o guardião que escolhe as ovelhas, mas o bom
Pastor. “A Igreja é a porteira da casa do Senhor e não a patroa da Casa
do Senhor” – declarou o Papa Francisco.
Assim deve ser reconhecida a Igreja por toda a terra: como a guardiã
de um Deus que bate à porta, como a rececionista de um Deus que não
fecha a porta com a desculpa de que não somos de casa – disse o Papa
concluindo a sua catequese.
Nas saudações o Papa Francisco saudou também os fiéis de língua portuguesa:
“Queridos peregrinos de língua portuguesa, em particular os
brasileiros de Belém, João Pessoa, Olinda e Recife, de coração vos saúdo
e desejo que a vossa vinda a Roma se cumpra com o espírito do
verdadeiro peregrino que, sabendo de não possuir ainda o Bem maior,
põe-se a caminho decidido a procurá-Lo! Sabei que Deus Se deixa
encontrar por quantos assim O desejam. Sobre vós e vossas famílias
desçam, em abundância, as bênçãos do Senhor.”
Nas saudações em italiano o Santo Padre recordou o Dia Mundial para os Direitos da Infância que se celebra a 20 de novembro.
“É um dever de todos proteger as crianças e antepor o bem delas a
qualquer outro critério, para que jamais sejam submetidas a formas de
escravidão e maus-tratos. Faço votos de que a comunidade internacional
possa vigiar atentamente sobre as condições de vida dos menores,
especialmente onde são expostos a recrutamento por parte de grupos
armados; assim como possa ajudar as famílias a garantir a cada menino e
menina o direito à escola e à educação.”
(RS)
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