18 novembro, 2018

Papa: no encontro definitivo com o Senhor levaremos o que doamos

 
Papa Francisco no Angelus deste domingo  (Vatican Media)
 
No Evangelho de hoje, Jesus diz que a história dos povos e a de cada um têm um fim e uma meta a ser alcançada: o encontro definitivo com o Senhor. 
 
Cidade do Vaticano

O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo (18/11), II Dia Mundial dos Pobres, com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice frisou que no Evangelho deste domingo, Jesus “quer instruir os seus discípulos sobre os eventos futuros. Não está em primeiro lugar um discurso sobre o fim do mundo, mas o convite a viver bem o presente, a vigiar e estarmos sempre prontos para quando for-mos chamados a prestar contas de nossa vida. Jesus diz: «Nesses dias, depois da tribulação, o sol vai ficar escuro, a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu».

Rosto radiante de amor

Estas palavras fazem-nos pensar no início do Livro do Gênesis que fala da criação: o sol, a lua e as estrelas que desde o início dos tempos brilham na sua ordem e iluminam, sinal de vida, aqui são descritos na sua decadência, enquanto mergulham na escuridão e no caos, sinal do fim.

“Inersamemnte, a luz que naquele último dia resplandecerá será única e nova: será a luz do Senhor Jesus que virá na glória com todos os santos. Naquele encontro veremos, finalmente, o seu Rosto na luz plena da Trindade; um rosto radiante de amor, diante do qual todo o ser humano aparecerá na total verdade”, disse o Papa.

Francisco sublinhou que “a história da humanidade, assim como a história pessoal de cada um de nós, não pode ser entendida como uma simples sucessão de palavras e factos que não fazem sentido”. 
 
Encontro definitivo com o Senhor
 
“Não pode ser também interpretada à luz de uma visão fatalista, como se tudo já estivesse pré-estabelecido segundo um destino que subtrai todo o espaço de liberdade, impedindo de fazer escolhas que sejam o fruto de uma decisão verdadeira.”

No Evangelho de hoje, Jesus diz que a história dos povos e a de cada um têm um fim e uma meta a ser alcançada: o encontro definitivo com o Senhor.

“Não sabemos a hora e nem como acontecerá. O Senhor reiterou que «ninguém sabe nada, nem os anjos no céu, nem o Filho». Tudo é mantido no segredo do mistério do Pai. Sabemos, todavia, um princípio fundamental com o qual devemos confrontar-nos: «Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão».”

Segundo o Papa, “o verdadeiro ponto crucial é esse. Naquele dia, cada um de nós entenderá se a Palavra do Filho de Deus iluminou a própria existência pessoal, ou se virou as costas a ela, preferindo confiar nas próprias palavras. Será mais do que nunca o momento de nos abandonarmos definitivamente ao amor do Pai e confiar-nos à sua misericórdia”.

O Papa destacou que “ninguém escapa daquele momento, nenhum de nós escapa daquele momento”. 

Levaremos somente o que doamos

“A esperteza, que muitas vezes colocamos nos nossos comportamentos para dar crédito à imagem que queremos oferecer, não será mais necessária. Da mesma forma, o poder do dinheiro e dos meios económicos com os quais pretendemos com presunção comprar tudo e todos, não poderá ser mais usado. Não teremos connosco nada além do que realizamos nessa vida, acreditando na sua Palavra: tudo e nada do que vivemos ou deixamos de realizar. Levaremos connosco somente o que doamos, o que oferecemos.”

Francisco convidou a invocar a intercessão da Virgem Maria a fim de que a constatação do nosso tempo provisório na terra e da nossa limitação não nos afunde na angústia, mas nos chame à responsabilidade para comigo, o próximo e  o mundo inteiro.

Veja também:
Angelus de 18 de novembro de 2018

RV

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