04 novembro, 2018

Papa: amor a Deus e ao próximo são inseparáveis


 Angelus com o Papa Francisco na Praça São Pedro  (ANSA)

"Amar a Deus quer dizer investir as nossas energias todos os dias para ser seus colaboradores no serviço ao próximo sem reservas, no perdoar sem limites e no cultivar relações de comunhão e de fraternidade”, disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo. 

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano 

O amor a Deus e ao próximo são inseparáveis, reiterou o Papa em sua alocução, antes de rezar o Angelus. “Eles são os dois lados de uma única moeda: vividos juntos, são a verdadeira força do crente”.

O domingo chuvoso não impediu que milhares de fiéis e turistas fossem até a Praça de São Pedro para ouvir a mensagem de Francisco no tradicional encontro dominical.

“Há um só Senhor e esse Senhor é "nosso" no sentido de que ele está ligado a nós com um pacto indissolúvel, amou-nos, ama-nos e nos amará para sempre”, disse o Papa ao iniciar a sua reflexão, inspirada no Evangelho de São Marcos e no Livro do Deuteronômio. 

Amor a Deus e ao próximo são inseparáveis

E “é desta fonte, este amor de Deus – completou -  que deriva o duplo mandamento para nós: "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua mente e com toda a tua força. [...] amarás o teu próximo como a ti mesmo":
 
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Angelus de 04 novembro 2018

Ao escolher estas duas palavras dirigidas por Deus ao seu povo e colocando-as juntas, Jesus ensinou de uma vez por todas que o amor a Deus e o amor ao próximo são inseparáveis. E mais do que isso,  eles sustentam-se um ao outro. Mesmo se colocados em sequência, eles são os dois lados de uma única moeda: vividos juntos, eles são a verdadeira força do crente”!

“O nosso Deus é doação sem reservas, é perdão sem limites, é relação que promove e faz crescer. Por isto – observou Francisco -  amar a Deus quer dizer investir nossas energias todos os dias para ser seus colaboradores no serviço ao próximo sem reservas, no perdoar sem limites e no cultivar relações de comunhão e de fraternidade”. 

Pré-selecionar o próximo não é cristão

E explicou, que “o evangelista Marcos não se preocupa em especificar quem é o próximo, porque o próximo é a pessoa que eu encontro no caminho, nos meus dias”:
 
Não se trata de pré-selecionar o meu próximo, isto não é cristão! Eu penso que o meu próximo é aquele que eu pré-selecionei. Não, isto não é cristão, é pagão; mas trata-se de ter olhos para vê-lo e coração para querer o seu bem. Se nos exercitarmos em ver com o olhar de Jesus, colocar-nos-emos sempre em escuta e ao lado de quem precisa. As necessidades do próximo exigem certamente respostas eficazes, mas antes ainda, elas pedem ser partilhadas”. 

Proximidade fraterna

Com uma imagem – exemplificou - podemos dizer que o faminto tem necessidade não apenas de um prato de sopa, mas também de um sorriso, de ser ouvido e também de uma oração, quem sabe feita em conjunto:
 
O Evangelho de hoje convida todos nós a sermos projetados não somente para as urgências dos irmãos mais pobres, mas sobretudo a estarmos atentos às suas necessidades de proximidade fraterna, de sentido da vida e da ternura. Isso interpela as nossas comunidades cristãs: trata-se de evitar o risco de serem comunidades que vivem de muitas iniciativas, mas de poucas relações; o risco de comunidade "estações de serviço", mas de pouca companhia, no sentido pleno e cristão deste termo”.

“Seria ilusório – disse Francisco ao concluir -  pretender amar o próximo sem amar a Deus. E da mesma forma seria ilusório pretender amar a Deus sem amar o próximo. As duas dimensões do amor, para Deus e para o próximo, ña sua unidade, caracterizam o discípulo de Cristo. Que a Virgem Maria nos ajude a acolher e testemunhar na vida de cada dia este ensinamento luminoso”.

VN

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