Conferência sobre “A gestão de um bem comum: acesso à água potável para todos”
(AFP or licensors)
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes numa Conferência internacional, em que define como uma “enorme vergonha para a humanidade do século XXI” os nossos irmãos que adoecem e morrem na decorrência da falta de água ou de água insalubre.
Cidade do Vaticano
Realiza-se esta quinta-feira (08/11), em Roma, a Conferência internacional sobre o tema “A gestão de um bem comum: acesso à água potável para todos”. O evento, na Pontifícia Universidade Urbaniana, é organizado pelo Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, em colaboração com as embaixadas junto à Santa Sé de França, Itália, Mônaco e Estados Unidos.
Vergonha
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes, em que define
como uma “enorme vergonha para a humanidade do século XXI” os nossos
irmãos que adoecem e morrem na decorrência da falta de água ou de água
insalubre.
Isto acontece nas mesmas regiões onde não faltam armas e munições,
observa o Pontífice. “A corrupção e os interesses de uma economia que
exclui e que mata prevalecem muitas vezes sobre os esforços que, de modo
solidário, deveriam garantir o acesso à água.”
Francisco recorda o empenho da Santa Sé e da Igreja a favor do
acesso à água potável para todos – empenho que se manifesta em múltiplas
iniciativas, que vão da realização de infraestruturas à assistência às
populações em perigo, evocando sempre as referências éticas e os
princípios contidos no Evangelho numa visão positiva da antropologia.
Água é direito, não mercadoria
De facto, é de uma adequada antropologia que se reconhece o acesso à
água potável como direito humano, portanto incompatível com a concepção
da água como mercadoria qualquer.
Do ponto de vista da fé, disse ainda o Papa, em cada homem sedento reconhece-se a própria imagem de Deus. Portanto, a dupla dimensão
espiritual e cultural da água jamais deve ser ignorada, enquanto é
central ao plasmar o tecido social, a convivência e a organização
comunitária.
Francisco conclui convidando os participantes a meditarem sobre a
simbologia da água nas principais tradições religiosas, exortando-os à
contemplação deste recurso e ao compromisso concreto para uma melhor
gestão da água.
VN
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