Papa Francisco se confessa durante a celebração penitencial
(ANSA)
"O pecado é uma das modalidades com que
nós nos afastamos d’Ele; mas isto não significa que Ele se afaste de
nós", disse o Papa Francisco.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco presidiu, na tarde desta sexta-feira (09/03), à celebração penitencial, na Basílica de São Pedro, no âmbito do
tradicional evento “24 horas para o Senhor”.
O Pontífice frisou na sua homilia que "Deus ama-nos de tal maneira
que nos tornou seus filhos e, quando O pudermos ver face a face,
descobriremos ainda melhor a grandeza deste seu amor".
"Não conhece limites, é um amor desprovido de confins; não apresenta
aqueles obstáculos que nós, ao contrário, costumamos interpor a uma
pessoa, pelo receio que venha a privar-nos da liberdade.”
O Papa disse ainda que “a condição do pecado tem como consequência o
afastamento de Deus. E, de facto, o pecado é uma das modalidades com que nós nos afastamos d’Ele; mas isto não significa que Ele se afaste de nós".
Segundo Francisco, a palavra do Apóstolo São João "oferece-nos uma
confirmação disto mesmo para tranquilizar o nosso coração, levando-o a
ter sempre uma confiança inabalável no amor do Pai: «Na sua presença,
sentir-se-á tranquilo o nosso coração, mesmo quando o coração nos acuse;
pois Deus é maior do que o nosso coração e conhece tudo».”
“A sua graça continua a trabalhar em nós para tornar mais forte a
esperança de que nunca estaremos privados do seu amor, apesar de
qualquer pecado que possamos ter cometido, rejeitando a sua presença na
nossa vida.”
Para o Santo Padre, “esta esperança impele-nos a tomar consciência da
desorientação em que muitas vezes cai a nossa existência, precisamente
como sucedeu a Pedro, segundo a narração evangélica que ouvimos: «No
mesmo instante, o galo cantou. E Pedro lembrou-se das palavras de Jesus:
“Antes de o galo cantar, negar-me-ás três vezes”. E, saindo,
chorou amargamente».”
“O evangelista é extremamente sóbrio”, sublinhou Francisco. “O canto
do galo parece surpreender um homem ainda confuso; depois, ele
recorda-se das palavras de Jesus e, finalmente, rasga-se o véu e Pedro
começa a vislumbrar, por entre as lágrimas, que Deus Se revela em Cristo
esbofeteado, insultado, renegado por ele, mas que, por ele, vai
morrer".
"Pedro, que teria desejado morrer por Jesus, agora entende que deve
deixar que Jesus morra por ele. Pedro queria ensinar o seu Mestre,
queria precedê-Lo; ao contrário, é Jesus que vai morrer por Pedro; e
isto, Pedro não o compreendera, não o quisera compreender.”
"Pedro dá-se conta de que sempre se recusara a deixar-se amar, sempre
se recusara a deixar-se salvar plenamente por Jesus; afinal, não
queria, de todo, que Jesus o amasse.”
“Como é difícil deixar-se amar verdadeiramente! Sempre quereríamos
que algo de nós não estivesse obrigado à gratidão, quando, na realidade,
somos devedores de tudo, porque Deus é o primeiro a amar e, por amor, salva-nos talmente".
Francisco convidou a pedir ao "Senhor a graça de nos dar a conhecer a grandeza do seu amor, que apaga todos os nossos pecados".
Celebração Penitencial na Basílica de São Pedro
VATICAN NEWS
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