Papa em audiência com enfermeiros
(Vatican Media)
O Papa Francisco expressou o seu agradecimento aos enfermeiros que, como Jesus com o leproso, curam os pacientes com ternura.
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O Santo Padre recebeu na manhã de sábado (03/3), na Sala Paulo VI, os membros da Federação dos Enfermeiros profissionais, Assistentes da saúde e Vigilantes da Infância, que realizará a partir da próxima segunda-feira (06/03) o seu primeiro Congresso nacional italiano, em Roma.
No discurso que pronunciou, o Papa ressaltou o papel insubstituível
dos enfermeiros na assistência dos enfermos. Com efeito, os enfermeiros
mantêm uma relação pessoal e contínua com os pacientes, dos quais cuidam
diariamente, ouvem as suas necessidades e estão em contacto direto.
Promover, prevenir, restabelecer e aliviar
Francisco citou o Código internacional de Enfermagem, que contempla
quatro tarefas fundamentais da profissão do enfermeiro: “promover a
saúde, prevenir a doença, restabelecer a saúde e aliviar o sofrimento”.
E explicou: “Trata-se de funções complexas e múltiplas, que tocam
todos os âmbitos da cura, e são realizadas em colaboração com outros
profissionais. O caráter de cura e prevenção, de reabilitação e
paliativo da sua ação exige um alto profissionalismo, que requer
especialização e atualização”.
Tal profissionalismo, porém, frisou o Papa, não se manifesta somente a nível técnico, mas ainda mais na esfera das relações humanas, que
requerem atenção, competência e conforto. Trata-se de uma síntese entre
as capacidades técnicas e a sensibilidade humana e expressou o seu apreço
pela obra da enfermagem:
“Ao cuidar de homens e mulheres, crianças e pessoas idosas, - em
qualquer fase da sua vida, desde o nascimento até à morte – vós estais
em contínua escuta e compreensão das exigências de um enfermo, cuja
situação requer um árduo esforço de discernimento e atenção. Desta
forma, a vossa profissão torna-se uma verdadeira missão”.
Peritos em humanidade
No âmbito desta missão, os enfermeiros “peritos em humanidade” são
promotores da vida e da dignidade das pessoas, da espiritualidade e da
assistência religiosa entre os pacientes, de modo amoroso, como Jesus
fez com o leproso, que lhe curou e amou com ternura.
Pedir sem exigir
Francisco concluiu: “É precisamente a ternura a ‘chave’ para entender
o doente e o remédio precioso da sua cura. A ternura passa do coração
às mãos, com respeito e amor fraterno. Por sua vez, os enfermos também
devem entender a humanidade dos enfermeiros: devem pedir, sim, mas sem
exigir, mantendo o devido respeito e gratidão pelo serviço que lhes
prestam”.
No término da audiência, o Santo Padre exortou os presentes a não
esquecer o bom “remédio” do carinho e do sorriso, um gesto simples, mas
muito importante para o doente.
Neste sentido, Francisco fez uma homenagem especial a uma enfermeira
italiana, dominicana, que trabalhava na Argentina: Irmã Cornélia. Graças
à sua intervenção junto dos médicos, ele se salvou quando hospitalizado aos vinte anos, em graves condições de saúde. A esta
religiosa e enfermeira, o Papa expressou toda a sua gratidão.
Por fim, Francisco desejou aos numerosos enfermeiros de toda a
Itália, sucesso no Congresso do qual participarão na próxima semana.
"Que ele seja uma ocasião propícia e frutuosa de reflexão, confronto e
partilha."
VATICAN NEWS
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